domingo, 30 de setembro de 2007

Livros didáticos

Os livros didáticos que chegarão às escolas para os alunos do Fundamental, não mais poderão ficar com o aluno após o intervalo de 3 anos. Todos deverão ser devolvidos (intactos) aí, a escola poderá fazer com os mesmos o que quiser, doá-los a uma outra instituição, utilizá-los como material para ser recortado ( picado) em atividades na escola ou seja, qualquer outra função poderá ser dada ao livro, menos ficar nas mãos dos alunos.
Um programa chamado SISCORT (pelo nome já dá pra desconfiar o que significa) cadastrará todo o material enviado à escola e esta terá, que prestar conta direitinho de cada livro recebido.
Muito interessante essa atitude (irracional) da Secretaria de Educação, a cada dia essa equipe de incompetentes assina seus próprios atestados de irresponsabilidade, descaso e desconhecimento com as questões educacionais.

Tele-vexame!

O projeto "Travessia" está cumprindo um vexame! Além de ser baseado em pressupostos "didáticos" insustentáveis, de estar sendo empreendido como instrumento retórico vazio segundo o qual "capacitará" a mão-de-obra pernambucana para o desenvolvimento do estado, as aulas "virtuais" estão sendo virtuais demais!
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O governo lançou o projeto sem sequer disponibilizar a sua estrutura, resultando em algo óbvio: a "travessia" parou logo na estréia! Nova data foi estipulada e ainda não há nada pronto. Neste dia 1 de outubro as aulas iniciarão (será?) e não há muitas notícias sobre o equipamento e o material para as teleaulas.
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Sobre as pendências e o vexame da condução do projeto, mais dúvidas não param de incomodar: a Fundação Roberto Marinho está atrapalhada e não está conseguindo honrar seu milionário contrato? A Secretaria de Educação lançou um projeto que não saberia como executar? O que tudo isso comprova? Respostas para estas questões não são muito difíceis de deduzir...

O preço de uma "aliança"


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Dá um trocado aí legal...

Governo investe R$ 7 milhões em compras de livros na Bienal


Virou praxe dos governos estaduais dar esmolas a seus professores, e a besta do secretário de educação ainda diz que o professor precisa estar qualificado não só do ponto de vista científico, mas, também, cultural através do acesso aos livros. Pô meu, e ele vai se qualificar cientificamente através de quê? Do curso de graduação que fez há dez anos, na época também sem poder comprar livros? Ou seria através das malditas capacitações que só servem para onerar os cofres públicos e fazer propaganda política, pois os capacitadores não são capacitados? Ou seria através das ridículas pós-graduações pré-moldadas, onde o corpo docente também não possui a qualificação necessária para o que se propôs? Ah, já sei, deve ser por obra da santíssima trindade.

Os professores não estão precisando de esmolas e sim de um salário digno que lhes permita pagar suas contas e terem tempo para poderem ler, na pior da hipóteses, pelo menos dois livros por mês! E os alunos estão precisando de livros didáticos que fiquem com eles e que não precisem devolver, pega esse dinheiro e vê quantos livros (em papel jornal) dá pra se produzir com ele. Garanto que é algo em torno de um milhão de livros!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

AVISO

Assembléia Legislativa - 01/10/07 às 9h
PISO!
O SINTEPE levará declarações.



Assembléia sobre o HSE - 10/10/07 às 9h
Auditório do CONDEPE (Gervásio Pires, em frente ao MTC)

PDE

Estive no seminário (hoje) sobre o PDE (Plano de Desenvolvimento Educacional), é terrível o que escutamos por lá. Empresários reunem-se e elaboram planos para a educação, nenhuma discussão passa pelos verdadeiros entendedores das questões educacionais. Por que? É norma dos Fundos que emprestam dinheiro ao país ou melhor, são o FMI e outras instituições que ditam as regras de onde sairá o dinheiro para pagar os empréstimos. Ventila-se a idéia de recebimento do PISO (ou subsolo?) para os profissionais que mostrarem produtividade, é a gratificação por "mérito". Os empresários estimulam a competitividade, a guerrilha interna como fazem as empresas privadas. O PDE é um monte de porcaria, que nas entrelinhas acaba culpando e punindo os professores por todos os problemas existentes na educação, se o aluno é reprovado ou evade, somos nós responsáveis por isso. Não dicute-se os problemas, as desigualdades sociais, não se fala em melhores condições de trabalho nem melhor remuneração para os trabalhadores em educação. O governo omite-se e entrega a educação à iniciativa privada (entre estas, o grupo GERDAU), sem nenhuma discussão com a sociedade e com os profissionais em educação, os planos foram elaborados e estão em via de aplicação. Cobramos medidas sérias e emergenciais, precisamos nos mobilizar e levar essa discussão para as escolas. Precisamos conhecer melhor o que é o PDE. O PDE é uma proposta atrelada ao PAC, é o cescimento econômico que está em pauta, e não a questão e resolução dos problemas educacionais. E Mozart Neves, está por trás (ou a frente) de tudo isso. Já selecionaram uma escola em cada regional, para aplicar o projeto. São as escolas de "excelência"ou centros experimentais, as meninas dos olhos dos olhos do ex-secretário de educação(Mozart Neves). Por sinal, fica a interrogação:Como é que Mozart conseguia admistrar sua vida educacional? Era secretário de educação, vivia em Brasília e ao mesmo tempo, professor do departamento de química da UFPE. Era professor faltoso? Seguia cartilha que ele tanto nos recomenda e cobra? Tinha dedicação exclusiva com a UFPE? Com sua prática conseguiu melhorar os baixos índices educacionais do país? É essa criatura junto à um grupo de instituições privadas (Fundação Roberto Marinho,Instituto Airton Senna,Grupo Gerdau entre outras) que são "responsáveis" pelas políticas educacionais brasileiras.
Agora reflitam e avaliem.

Privatizaram a educação!

Privatizado
(Brecht)
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Aliança do Ano: ESTADO - C.E.F

Com o fim do impasse que envolvia a Caixa Econômica e o governo do Estado nos preparemos para o pior.

Explicando: Na gestão passada (Jarbas/Medoncinha) o governo tentou abocanhar um empréstimo no valor de R$ 138 milhões junto à Caixa, e a garantia do empréstimo viria através da desestatização da COMPESA. Como não houve interessados na compra da empresa, a negociata não se consolidou.
Resultado: nosso "competentíssimo"Governo resolveu a questão e a Caixa volta a garantir empréstimos para financiar obras no Estado.
Conclusão: aguardem a privatização da COMPESA, dos CORREIOS e outras estatais que andam na mira dos governos neoliberais (Estadual ou Federal).
Tenho saudades da (antiga) CELPE, da TELPE (Telemar/Telemal), do Banco do Estado de Pernambuco (BANDEPE) ... Mas infelizmente há os que defendem as privatizações alegando a melhoria no atendimento e na prestação de serviços.
Pergunto: O que melhorou no atendimento e qualidade de serviços prestados pelas empresas que foram privatizadas? A Telemar e Celpe batem recordes de reclamações, os bancos reduziram o quadro de funcionários e não estão distantes dos índices de insatisfação semelhantes às empresas citadas.
Não sejamos ingênuos nessa filosofia neoliberal (agora também defendida pelos "socialistas de plantão"), é o povo que leva desvantagem SEMPRE .
O crescimento econômico tão comentado pelos nossos governantes, coloca-nos num fosso cada vez mais profundo, acentuando assim as desigualdades sociais. Para uma nação ser considerada desenvolvida o crescimento econômico precisa estar atrelado ao desenvolvimento social, coisa que não ocorre no Terceiro Mundo.

Capacitação para Gestores

O governo do Estado através da SEc.de Educação está convocando os diretores de escolas para uma capacitação. Em documento de convocação, o governo de forma indireta responsabiliza os gestores pelo estado caótico em que se encontram as escolas. Em outras palavras, visando economia, o curso ensinará os gestores a evitar a depredação do patrmônio público. O documento também faz referência sobre a questão da evasão escolar, para isto, o governo lançará uma "Linha Direta" tipo 0800, para que o aluno possa denunciar o professor faltoso.
Tenho a impressão que alguém está filando a cartilha do "saudoso" secretário de educação Éfrem Maranhão. Lembram dessa época? Por não ter nenhuma política voltada para a educação, o secretário gastava seu precioso tempo editando recadinhos ameaçadores que vinham anexados mensalmente em nossos contra-cheques, sem se falar nas ameaças que sofríamos por parte das direções. A cada reunião que acontecia nas DERES/GERES ( agora GREs) uma onda de terror instalava-se nas escolas, os alunos eram estimulados o tempo todo a fazerem abaixo-assinados denunciando e até pedindo afastamento de professores. Ninguém discordava de nada, tudo gerava advertência (recebi uma tuia delas).
Vejo que os tempos áureos da ditadura educacional está de volta com uma roupagem nova agora, "socialista".
Não exite há uma política educacional para o Estado, buscam-se fórmulas prontas, modelos acabados que dizem dar certo por aí . (Pensilvânia, Patagônia, Lapônia...sei lá). Agora estão pensando num novo modelo importado (E.U.A) onde os professores serão avaliados pela comunidade, pelos alunos e pela equipe escolar, se não passar no teste o profissional será afastado para "reciclagem, se passar, será gratificado.
É a nova invasão cultural norte-americana. Como diz a rede Globo: "Vivemos numa Aldeia Global".

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tele-desorganização

O projeto Travessia foi lançado com pompas e alarde, mas a coisa ficou só no lançamento mesmo.
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A data para o início das "tele-aulas" havia sido estabelecida para o dia 16 de setembro, porém o atropelo começou também nesta data:
  • As telessalas não existiam, pois não foram montadas no prazo;
  • O material didático e os próprios vídeos contendo as aulas fictícias não haviam sido entregues para que as aulas tivessem início - e, vale ressaltar, o material ainda não foi entregue;
  • Enquanto as aulas deveriam estar iniciando, professores estavam isolados na capacitação em Gravatá, ou seja, telessalas inexistentes ainda teriam "mediadores" que não estavam em suas respectivas escolas;
  • Os alunos perderam tempo chegando às escolas, pois não havia nada pronto para o início das aulas do projeto;
  • Não houve alarde do governo na imprensa quanto à frustração do início das aulas - o lançamento virou propaganda enganosa;
  • Na surdina, uma nova data para o início das aulas foi marcada (1 de outubro), porém podemos perfeitamente suspeitar que haverá um provável novo adiamento.

Por essas e outras tantas razões e indícios que a credibilidade deste projeto é basicamente nula!

domingo, 23 de setembro de 2007

AGENDA SINTEPE

25 de setembro -Plenária dos Aposentados - 15 horas SINTEPE

26 de setembro-Seminário sobre o PDE - 9 horas no CENTRO SOCIAL DA SOLEDADE

27 de setembro-Plenária dos Educadores de apoio - 9 horas SINTEPE

OBS: A Assembléia sobre a Questão do H.S.E foi marcada ( por Morena) na plenária realizada no dia 23 de agosto (Sindicato dos Bancários) para dia 25 de setembro (SINTEPE) às 9 horas, porém na agenda publicada hoje no Jornal do Commercio não há referência alguma sobre este encontro. Contactei com um dos membros do Sindicato e o mesmo afirmou não saber nada sobre o assunto.
Como é que fica a situação depois que fizemos vários contatos convocando a categoria para a assembléia ?
Se foi agendada outra data por que a categoria não foi informada?
Segundo foi dito na plenária, o Ministério Público quer um parecer sobre a gestão do hospital para outubro. Estamos esperando o quê? Que o governo faça o que quiser, privatize ou entregue o hospital para o SUS ?
O Sindicato precisa resgatar a credibilidade perdida. Não se pode brincar com a categoria desse jeito. Se ficarmos nessa inércia, acontecerá a mesma coisa que está acontecendo com as telessalas: foram empurradas em caráter emergencial e nenhuma ação de impedimento foi vista até agora.

Quanto a assembléia sobre a gestão do hospital, resta-nos buscar informações (amanhã) para sabermos que rumo iremos tomar.
Antes de mais nada classifico o fato ocorrido como total desrespeito a categoria dos profissionais em educação.

SINTEPE :2127-8866

O Livro Didático que a Globo quer Proibir

A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8a série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam: Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país. Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer “que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo”. Certamente, nossas visões políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou.
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O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas liberdades. Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao-Tsé Tung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros. Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista.
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Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento. Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: “A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (...). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (...) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (...) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas...” (pp. 63-65) Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução chinesa. Ora, bastaria ter encontrado trechos como estes: “O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (...) Mao (...) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível.” (p. 191) “Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (...) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (...) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país...” (p. 247)
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Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério. O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?
Ali Kamel, o anticapitalista.
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Vamos inicialmente esclarecer alguns pontos importantíssimos em relação ao artigo de Ali Kamel.
  1. Quem seleciona os livros didáticos não é o MEC. As coleções didáticas são selecionadas por diversas universidades conceituadas (notórios antros comunistas, é verdade).
  2. Quem escolhe os livros didáticos são os professores. Mais de 50 mil professores por todo Brasil analisaram as dezenas de coleções de história disponíveis e escolheram livremente a coleção Nova História Crítica como a melhor coleção.
  3. A coleção Nova História Crítica é um sucesso ainda maior no mercado particular, ou seja, nas escolas privadas, que sequer dependem do MEC para escolher seus livros.

Considerando estes três pontos, perguntamos: terão errado todos estes 50 mil professores? Saberá o senhor Ali Kamel escolher melhor que eles? O que devemos fazer com esses milhares de professores que preferem a obra do professor Mario Schmidt às demais? Demitimos? Reeducamos ideologicamente? Devem ir para o pau-de-arara, como nos bons tempos da ditadura e do CCC? E os livros que eles já escolheram? Queimamos os livros em praça pública? Enfim, como incita Ali Kamel, algo precisa ser feito. Organizemos já uma marcha com Deus pela Família, Tradição e Propriedade!Pois não podemos mais aturar os 50 mil professores em todo o Brasil que consideram, entre dezenas de coleções disponíveis, a Nova História Crítica do professor Mario Schmidt a melhor de todas, tornando a coleção o maior fenômeno editorial didático de todos os tempos.Porque este, sim, é o maior crime da coleção Nova História Crítica: ser um grande sucesso dentro do mercado capitalista! (Olhe aí as terríveis táticas gramscianas em ação!)

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Para quem não conhece, é interessante saber que no mercado de livros didáticos existe uma concorrência absolutamente livre e legítima entre as editoras. Quem escolhe os livros para as crianças é a pessoa mais capacitada para isso: o professor. Nesse segmento, o livre mercado vem funcionando a pleno vapor; uma editora tentando fazer um livro melhor do que a outra. Quem tem o melhor livro leva a maior fatia do bolo. Porém, o senhor Ali Kamel, como todo bom porta-voz do capitalismo real, odeia que o livre mercado funcione como um livre mercado. O senhor Ali Kamel acha que o Estado deve intervir fortemente nessa área.
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O governo deve censurar livros de determinado matiz ideológico e impedir que os professores escolham livremente seu material didático para nossas crianças. (Ah, as nossas crianças! Para Ali Kamel, molecada assistindo a cenas de sexo na novela, tudo bem. Mas livro de esquerda escolhido livremente pelo professor não pode.)O professor Mario Schmidt é notoriamente um severo crítico do capitalismo. Para Ali Kamel, olavetes, reinaldetes e "nova direita", isso, atualmente, é um pecado mortal - onde já se viu? Um sistema tão bonitinho, tão limpinho e responsável, como é possível que não se admita que o capitalismo é o sistema econômico perfeito, para não dizer o sistema econômico terminal da humanidade.
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Quem ousaria levantar críticas ao capitalismo e - horror, horror! - encontrar qualidades no socialismo?Mas é muito estranho que justamente onde o sistema capitalista deveria atuar de maneira exemplar, ou seja, na livre concorrência, na igualdade de oportunidades no mercado, onde o melhor produto vence, o senhor Ali Kamnel murche em seu fervor capitalista.No mercado de livro didáticos, a opinião do mais abalizado consumidor - o professor - não deve ser respeitada e o Estado deve intervir diretamente para eliminar o campeão da livre concorrência, se a ideologia deste não se coaduna com a das Organizações Globo. É nisto que acredita o senhor Ali Kamel, o verdadeiro o anticapitalista.PS - É curioso que o maior veículo de ideologia do Brasil, a Rede Globo, venha reclamar da edição ideológica do material histórico. Ali Kamel cita vários trechos do NHC no seu artigo. O exíguo espaço certamente o impediu de citar, entre outras, a página 319 do referido livro, que conta a história da edição do debate LULA X COLLOR feita pela Globo no Jornal Nacional. O que será que Ali Kamel achou deste trecho? O que ele acha que o Estado deveria fazer com uma emissora que "trabalha a cabeça das pessoas" desta forma? A mesma coisa que ele sugere que faça com livros didáticos?

sábado, 22 de setembro de 2007

LEMBRANDO

Assembléia dia 25/09/2007 (terça -feira)
Auditório do SINTEPE
HORA: 9 horas
Assunto: Forma de Gestão do H.S.E (Hospital do Servidor do Estado)
O governo propõe a privatização ou o gerenciamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Precisamos divulgar em nossas Escolas e convocar os colegas para este encontro. Coloquem recados no quadro de aviso ,sala dos professores,secretaria etc.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Sobre o Programa Travessia

Os investimentos em educação no Estado (PE) somam 1.3 bilhões e segundo o governo, 400 milhões são gastos com repetência e evasão escolar. Para fazer a " correção", o governo (re) lança o Projeto Travessia (pois já foi vivenciado com outros nomes) e afirma em nota à imprensa que "este projeto será a obra mais bonita que vamos fazer, pois teremos um Estado mais justo".Sinceramente não consigo fazer relação alguma com tal projeto e a justeza imaginada pelo nosso governador.Para conseguir um maior número de adeptos à proposta, a cantiga ensinada pela Secretaria e que foi repetida por diversas unidades escolares foi uma só: os alunos concluirão o curso e ao término (após 15 meses) estarão qualificados para ingressar no mercado de trabalho (e o mercado prometido é SUAPE e a nova fábrica da PERDIGÃO). Não precisamos de muita inteligência para conhecermos a "real política educacional" do Travessia.O material do projeto foi elaborado pela Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) que fez parceria com o Estado, é um projeto privado monitorado por dois profissionais da rede estadual, "capacitado" às pressas uma vez que há urgência na implantação da proposta.Vejam o desmantelo, o programa teve início nessa terça-feira(17/09) quando os alunos já estavam seguindo o programa do ciclo normal (ensino médio) , aí interrompe-se tudo, desconsiderando-se o que foi trabalhado anteriormente. Professores não sabiam o que fazer com o registro do diário, nem o que iriam fazer na escola já que apenas dois deles foram encaixados no projeto.Por que o projeto teria que ser implantado agora? Por que as "direções democráticas" não esboçaram nenhuma reação, uma vez que em seminário recente (11/09, SINTEPE) a representante da secretaria (Aida Monteiro) afirmou não existir a obrigatoriedade na implantação do programa? e o nosso Sindicato, que apesar de mostrar-se contrário, não se mobilizou, contribuindo assim para a implantação desse desastroso programa?O governo mostrou sua cara, colocou as cartas na mesa e as joga conforme seu interesse.A categoria (profissionais em educação) sente-se sozinha na luta. É uma perversão o que estão fazendo aos nossos alunos e companheiros de trabalho.E para piorar a situação estamos na briga para não perder o Hospital do Servidor(H.S.E) o governo quer privatizá-lo ou entregá-lo ao Sistema Único de Saúde( SUS).Sérá que é isto que o governo entende por um Estado mais justo?

domingo, 16 de setembro de 2007

Já que citaram nosso salário de m...



Quando é que o povo, e principalmente a classe intelectual(?) dos professores, vai deixar de votar nessas moscas?(*)

Estão esperando que aconteça mais o que para passarem a apoiar o voto nulo ou o voto de desestabilização, ou seja, o voto naqueles que nunca foram políticos em outras ocasiões?

Não bastou a traição do PT? A traição de Eduardo Campos? A traição da corja que dirige atualmente o SiNTEPE e que ao longo do governo Jarbas colocou a classe na lama e continua a colocar?

Que diabos vocês ainda querem que aconteça?


(*) Com todo respeito aos importantíssimos seres vivos que compõe a classe insecta.

De Domingo Agora a Oito

De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
- Do fundo do coração-
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão

De domingo agora a oito
É dia arreganha-cofre
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende-a-mão
De se abraçar com os farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão.

É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado:
- Ninguém come mais insosso
Ninguém mais bebe salgado!

De domingo agora a oito
Não relampeja nem chove
É dia que nos comove
É o grande dia D

Agora o dia fu-D
Vai ser domingo a nove.



QUIRINO, Jessier. Bandeira Nordestina. Recife: Bagaço, 2006. Pag. 61

sábado, 15 de setembro de 2007

SALÁRIO DE MERDA

Tudo que temos é a vida
Tudo que temos, enquanto vivemos, é a vida;
se você não vive durante sua vida, você é um pedaço de merda.
E trabalho é vida, e vida é vivida no trabalho
a menos que você seja um escravo do salário.
Enquanto um escravo do salário trabalha, deixa a vida
de lado
e fica lá um pedaço de merda.

Os homens deveriam recusar-se a ser sem vida no trabalho.
Os homens deveriam recursar-se a ser montes de
assalariados de merda.

Os homens deveriam recusar-se a trabalhar, como
escravos assalariados.
Os homens deveriam exigir trabalhar para si mesmos,
por si mesmos, e investir sua vida nisso.
Pois se um homem não tem vida no seu trabalho, ele
é basicamente um monte de merda.


D. H. Lawrence
(Tradução de Mário Alves Coutinho)

DINASTIA CAMPOS

Na última terça-feira, dia 11/09/2007, em um debate na sede do Sintepe a respeito das polêmicas tele-salas, a representante da Secretaria de Educação, Aída Monteiro, defendeu com unhas e dentes a implantação do projeto elaborado pela Fundação Roberto Marinho, o famoso Travessia.

Para tanto enalteceu o governo do Acre por ter aplicado o projeto lá, segundo ela, com excelentes resultados. Pois, foram necessários 9 anos de um mesmo governo para que tal feito fosse conseguido. Isto é, dois mandatos seguidos e mais um governo do herdeiro político.

O que isso nos ensina? Simples, vamos ter de reeleger o governo Eduardo Campos, depois eleger o seu herdeiro político, de preferência da família Campos, e reelegermos esse herdeiro. Só aí teremos 16 anos da linhagem Campos no poder. Dessa maneira estarão lançadas as bases para a Dinastia Campos. Só assim alcançaremos o patamar de “evolução” em que se encontra o estado do Acre.

Parabéns! Nunca aprendi tanto em tão pouco tempo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Revirando no túmulo - Um ícone decepcionado!

E agora?

A votação secreta, o voto secreto, os amigos secretos de Renan Calhorda garantiram-lhe a absolvição. Agora é esperar a manutenção da CPMF. Quem irá contrariar o presidente Lula?A votação será aberta. Menos mal, assim poderemos saber quem se diz estar a favor do povo (fala sério).
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E ainda há quem defenda esse imposto absurdo, sob a alegação de melhorias no setor da saúde.
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Há quanto tempo esse "roubo" é legalizado e quais melhorias obtivemos nessa área? Não foram os trabalhadores que fraudaram a Previdência, não fomos nós que levamos a saúde ao caos porém, todas as argumentações são feitas para justificar as "reformas" que vem por aí. Uma delas é afirmar que o envelhecimento da população causará um peso econômico e social para as gerações futuras, somos ainda um país de maioria jovem, de jovens despreparados sem profissionalização nem escolaridade. É essa população que o governo diz preocupar-se, são os futuros idosos desprovidos de toda espécie de direitos, são essas criaturas que herdarão o "país do futuro". De futuro incerto e desordenado, calcado em estruturas capitalistas da qual somos meros seres consumidos (e ainda pensamos ser consumistas).
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Aposentadoria será coisa do passado, se a média de vida do brasileiro está na casa dos 66 anos, e o governo propõe esse benefício para os trablhadores com 60 anos (mulheres) e 65 anos( homens), então...
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E em discurso nacional o Presidente ainda fala em CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL, atestando assim sua total ignorância em relação a expressão SUSTENTABILIDADE.

Informatizando o discurso



Informação divulgada no site da Secretaria de Educação:
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"Até o final do ano, 562 laboratórios de informática estarão sendo implantados nas escolas da rede pública estadual e 400 estarão ligados à internet de alta velocidade. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (13) pelo governador Eduardo Campos e pelo secretário de Educação, Danilo Cabral, em visita à escola Engenheiro Lauro Diniz, no bairro do Ipsep. A meta do Governo é que até o final do 2008, todas as 1105 escolas tenham laboratórios e internet com conexão em banda larga.
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Cada laboratório conta com, no mínimo, oito computadores. Só para a aquisição das máquinas a secretaria está investindo R$ 13 milhões e para o acesso à banda larga, são mais R$ 3,5 milhões. “Estamos empenhados em fortalecer a aprendizagem dos nossos jovens e em melhorar os índices educacionais do Estado. Não queremos mais as piores médias do IDEB”, disse o governador se referindo ao resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que colocou Pernambuco em último lugar com médias 3,1 para o ensino fundamental de 1ª a 4ª série; 2,4 para 5ª a 8ª série; e 2,7 para o ensino médio."

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É evidente que os investimentos em informatização são fundamentais, porém cabe ressaltar umas questões básicas.
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Primeiramente, laboratórios mínimos são insuficientes para atender aos usuários, pois a proporção elevada de alunos por computadores não assegura nenhum acesso dos estudantes ao computadores. Há exemplos de escolas que possuem mais de 1.400 alunos que dispõem de apenas 10 computadores, representando uma média de 140 alunos por equipamento. Como, considerando tal proporção, o conjunto dos estudantes conseguirá ser plenamente atendido pelos computadores? Ele terão acesso à informática na escola apenas um dia por ano?
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Em segundo lugar, cabe ainda considerar a necessidade de um plano de aperfeiçoamento dos professores para lidar com os objetivos da informática aplicada às utilidades da tecnologia no ambiente escolar. O funcionamento dos laboratórios deve estar associado a um projeto que considere a interação da tecnologia à aprendizagem e distribuir meia dúzia de computadores para as escolas não consiste em modernizar a educação quando não há um planejamento efetivo sobre o emprego da informática e de seus objetivos educacionais.
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Por fim, para o pleno funcionamento dos parcos laboratórios há a necessidade de carga-horária disponível de professores que monitorem e acompanhem o desenvolvimento das atividades dos alunos diante dos computadores. Onde está esta carga-horária? Onde estão estes profissionais?
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Informatizar escolas é algo muito maior do que a mera montagem de laboratórios pequenos. Isto é interessante para alardear o feito, pois os números podem ser utilizados para enfeitar qualquer quadro estatístico. Mas informatização não é só isso!

1.000!

Somente no dia 1 deste mês resolvemos medir os acessos do blog e mesmo com a correria diária e considerando a própria natureza deste espaço virtual, atingimos (e já superamos) 1.000 acessos em apenas 14 dias!
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Esta marca representa muita coisa, pois o blog é um instrumento de veiculação, informação e debate muito específico. Trata-se de um veículo virtual segmentado que está associado a uma categoria profissional do serviço público - dos trabalhadores em educação - e sequer é um espaço "oficial", pois o blog está vinculado a um grupo - ou movimento - de oposição a uma direção sindical.
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Nosso blog já atingiu uma repercussão que lhe dá credibilidade e nada disso ocorre por acaso. A participação de nossos visitantes, de nossos leitores assíduos e até de todos que nos visitam inclusive para nos contestar consolidaram estes resultados. Somos muito gratos a todos que nos impulsionam e pretendemos continuar oferecendo mais razões para receber as visitas que nos motivam.
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Certamente é importante para o próprio conjunto de nossa categoria que haja este espaço, pois a existência de uma oposição ativa é fundamental para o enriquecimento dos debates em torno de nossas causas, fortificando as possibilidades de ação dos trabalhadores em educação em Pernambuco.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Somos palhaços?

Reflexão para horas de vergonha política II

"O Congresso é composto, aproximadamente, de um terço de salafrários, de dois terços de idiotas e de três terços de covardes."
Will Rogers (1879-1935), comediante norte-americano

PRA NÃO ESQUECER

DIA 14/SET. 2007 (sexta-feira) 19 horas
SEDE do MTC
DEBATE sobre o HAITI


REUNIÃO da OPOSIÇÃO (Alternativa/Sintepe) DIA:16/setembro/2007 (domingo)
LOCAL: SEDE DO MTC (Gersásio Pires,em frente ao CONDEPE. f: 3222-0241)
9 HORAS.


25 de SETEMBRO / 9 horas
AUDITÓRIO do SINTEPE
ASSUNTO: GESTÃO DE H.S.E (Hospital do Servidor do Estado).

Reflexão para horas de vergonha política

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Rui Barbosa

12 DE SETEMBRO - um dia de terror!


A absolvição de Renan Calheiros é ato terrorista contra a decência política. Como ficará agora o Senado, que continuará sendo presidido por um corrupto reconhecido?
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Este é um dia para a infâmia!
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Vamos lastimar o 12 de setembro!

Cassação da decência!



Hoje Renan Calheiros foi perdoado por seus companheiros. O Senado estava vergonhosamente escondido, com seus mandatários fechados num ambiente intocado pela democracia. A seção era secreta e os votos eram secretos, pois os covardes não gostariam de mostrar para os eleitores e para a opinião pública de que lado estavam.
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A pizza de escândalos está servida e o Senado Federal poderá saciar a fome de muitos de seus membros. Renan escapou, mas a decência foi cassada!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

(DES)EDUCAÇÃO PÚBLICA

Durante o seminário ocorrido nesta terça-feira sobre as polêmicas telessalas, uma coisa ficou ainda mais clara: a Secretaria de Educação está ainda carente de uma política educacional séria e concreta!

Várias críticas absolutamente pertinentes foram feitas por diversos professores presentes e a representação da Secretaria não esclareceu os pontos que foram levantados, indicando que o programa Travessia será implantado de qualquer maneira, mesmo que a própria estrutura para seu funcionamento não tenha sido sequer montada. Se o projeto já era questionável, o debate de hoje evidenciou de forma mais clara que sua implantação sem a devida discussão prévia com a categoria será um prenúncio de fracasso anunciado. A teimosia contida na implementação das telessalas para maquiar os indicadores numéricos do quadro geral da educação em Pernambuco denuncia que o abuso autoritário de nossa gestão pública é a tônica do atual governo.

Antes de pensar na possibilidade de construir com a categoria uma alternativa de combater o grave problema da correção de fluxo, o governo optou pela "comodidade" de "comprar" um programa educacional pré-fabricado sob a batuta da Fundação Roberto Marinho. Utilizando uma verba milionária que seria mais bem empregada se investida em mecanismos mais eficientes, como em um programa de ensino baseado no supletivo modulado com vários professores atuantes em seus campos de formação, o governo adotou exatamente um modelo através do qual o educador não educa e o estudante não progride de maneira consolidada. Esta opção serve de presságio nebuloso para o decorrer da atuação do governo no setor educacional.

A falaciosa argumentação que afirma que corrigindo a defasagem idade-série do aluno por meio de "aceleramento" com o método das telessalas servirá de instrumento para "capacitar" a mão-de-obra pernambucana para os investimentos que o estado recebe é inconsistente. Esta idéia esconde a falta de um plano estrategicamente pensado neste sentido, pois este trabalhador que teve sua educação estruturada através das telessalas estará aquém das necessidades do exigente mundo do trabalho que está consolidado em nossa "era da informação e do conhecimento".

As telessalas funcionarão com apenas dois professores - um atuando com as disciplinas do campo das ciências humanas e linguagem, outro com as ciências exatas e biologia - e até a posição destes profissionais será subvertida, pois trabalharão com disciplinas que não dominam plenamente (pois não tiveram formação específica) e servirão de "monitores" intermediando o conteúdo dos vídeos produzidos pela Fundação Roberto Marinho. Através deste programa, assistindo vídeos com a parca interação de professores "generalistas" não especializados na maioria dos conteúdos, os alunos terão concluído o ensino médio em apenas 15 meses.

Por que soluções simplistas sempre são empregadas quando aplicadas na educação pública?

WORLD TRADE CENTER - a simbologia de um atentado



por José Ricardo de Souza
historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista


A série de atentados terroristas ocorridos no dia 11 de setembro de 2002 foi carregada de significados simbólicos escolhidos, aleatoriamente ou não, para chocar a opinião pública mundial e demonstrar as fragilidades do sistema de defesa norte-americano. A execução dos atos de terror foram meticulosamente planejados, de forma que, cada ação tivesse um efeito moral, ou melhor desmoralizante, como se fossem pequenos atos cirúrgicos, com o objetivo de mostrar ao mundo as feridas abertas no coração da América capitalista.

A escolha dos alvos, no caso o World Trade Center, o Pentágono, e provavelmente a Casa Branca, revelam que os terroristas pretendiam muito mais do que destruir alguns prédios, levando consigo alguns vidas inocentes. Seus objetivos tinham um alcance maior, mais amplo, pois estavam lidando com símbolos, verdadeiros ícones dos Estados Unidos, e que portanto, se fossem atingidos, teriam uma repercussão ímpar na sociedade americana. As armas escolhidas, no caso aviões que faziam vôos comerciais internos, também revelam uma predisposição em atacar os Estados Unidos, usando empresas de nacionalidade norte-americana (no caso a American Airlines e a United Airlines).

O principal alvo atingido, o World Trade Center, era muito mais do que dois grandes gigantes de concreto incorporados no conjunto arquitetônico de Nova Iorque, as torres gêmeas eram símbolos da prosperidade norte-americana. Nada poderia representar melhor o capitalismo globalizado do que o World Trade Center, pois lá existiam mais de 500 empresas, e circulavam por dia, aproximadamente mais de 100000 pessoas, das mais variadas nacionalidades (inclusive brasileiros), dentre turistas e pessoas que trabalhavam nas dependências dele. Podemos dizer que o World Trade Center era um micromundo que simbolizava o cosmopolismo nova iorquino, ou seja, o estereótipo da cidade dos sonhos de qualquer habitante do Terceiro Mundo, uma terra de oportunidades, como se referiu um dos brasileiros que lá vivem.

O tempo decorrido de aproximadamente vinte minutos entre um colisão de um avião e a outra, foi o suficiente para que as grandes redes de TV americana mostrassem em tempo real, para todo o mundo, o impacto do segundo Boeing contra o edifício. Numa escala planetária, milhões de pessoas assistiram toda a manipulação do horror terrorista do que pode ser considerado o maior e mais bem articulado atentado de todos os tempos. Ficou demonstrado a força veicular dos meios de comunicação, agora numa escala verdadeiramente globalizada, fazendo uso de recursos como satélites, TV a cabo, Internet, etc.

Atingir o Pentágono, outro símbolo do poderio norte-americano, foi mais outra ação ousada dos terroristas. No Pentágono estão sediados o Ministério de Defesa e o Estado Maior das Forças Armadas. A idéia que cerca o Pentágono sempre foi a de uma fortaleza inexpugnável, que jamais poderia ser atingida, monitorada pelo que há de mais avançado em serviços de segurança e inteligência. O ataque terrorista veio pôr toda essa premissa por terra. O Pentágono mostrou-se, tão vulnerável, como Nova Iorque, ou qualquer outro ponto que fosse escolhido para um ataque. Algo que, na época da Guerra Fria, poderia até ser pensada do ponto de vista de uma invasão externa, mas nunca imaginada a nível interno, ainda mais atingido por aviões tomados por seqüestro, e jogados contra o símbolo maior do belicismo americano.

Outros possíveis, ou prováveis alvos que foram citados, mais precisamente a Casa Branca e a casa de campo do presidente da república em Camp David, também possuem conotações simbólicas, pois ambas servem de residência para o chefe maior da nação, no caso o próprio presidente, além da coincidência (ou não) de que foi em Camp David que foram assinados vários acordos de paz entre palestinos e judeus. O ato de morrer num ataque suicida também possuí sua mística simbólica, pois terroristas que optam por esta vertente, acreditam piamente que lutam por uma causa sobrenatural, ou mesmo divina. Para eles, morrer para a honra e glória de Alá, não é o fim da existência em si mesmo, mas sim um caminho para a recompensa eterna, para a salvação do espírito, numa perspectiva mais ampla.

Os Estados Unidos não tiveram apenas perdas significativas no ponto de vista material e humano, mas principalmente nas simbologias que cercam o imaginário de qualquer povo ou cultura do mundo. O que mais causa dor na América ferida e duramente atingida, não é apenas a desmoralização pelos estragos ocorridos, mas também a marca da destruição em idéias, conceitos, paradigmas que fundamentaram a ideologia da supremacia norte-americana durante anos. Para se contrapor a isso, os norte-americanos tentam reabilitar seus símbolos. O uso constante da bandeira nacional, pode ser citado como um exemplo dessa busca pela auto-estima magoada e ferida após os atentados.


* Artigo publicado na Folha de Pernambuco, edição de 11 de setembro de 2003, página de cidadania.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

CONTRA A VIOLÊNCIA INFANTIL

Reforçando: AMANHÃ HAVERÁ SEMINÁRIO SOBRE AS TELESSALAS


Ensino à distância e formação de professores

Ressaltando que "a educação a distância é uma das principais apostas do Ministério da Educação na área de formação de professores", o MEC festeja os resultados desta modalidade de ensino superior. Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

Socialismo às avessas


Enquanto doa à iniciativa privada uma série de insenções de impostos e benefícios para que empresas decidam fixar seus investimentos em Suape, o governo expropria trabalhadores que receberam lotes nas imediações dos empreendimentos do porto.
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A administração de Suape está entrando com uma ação de reitegração de posse para reaver um lote que abriga cerca de 10 mil moradores. Os lotes, diga-se de passagem, foram doados aos moradores pelo então governador Mendonça Filho (o "capacho"), tentando regulamentar a situação de uma ocupação que há anos perdurava na área ou ainda tentando fazer pose de alguém que se importava com a situação daquelas pessoas. Ocorre, de qualquer forma, que os moradores conseguirarm e conquistaram os terrenos de suas moradias e chega a ser algo de péssimo tom a ação do governo nesta circunstância.
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Com esta "sensibilidade social", o governo "socialista" de Eduardo Campos está abalando conceitualmente o próprio socialismo, pois está retirando dos pobres algo que será posteriormente ofertado aos ricos - e ofertado com isenção fiscal, claro!

Greve no Judiciário

Os servidores do Judiciário estão mantendo sua greve, lutando pela garantia de seus direitos por melhores condições salariais. As causas dos servidores merecem nosso apoio, porém a postura do Poder Judiciário merece nossa suspeita.
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Quando estávamos em greve, o Judiciário decretou e depois reiterou a decisão de que nossa greve era ilegal. A alegação era a mais superficial possível: servidores públicos não possuem a devida regulamentação do direito de greve - embora greves no serviço público não sejam novidade! Mantivemos a greve apesar da decisão judicial, cuja sentença nos colocava na condição de "foras-da-lei" que estavam descumprindo uma ordem legal.
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Como o mundo dá voltas e as contradições institucionais existem, o Judiciário está sendo abalado por um justo movimento grevista de seus servidores. A greve não foi declarada ilegal, pois alguns de nossos magistrados não possuem a disposição de partir em perseguição aos servidores do próprio Judiciário, embora indiquem ter certa tendência a demonstrar todo seu poder decisório ao reprimir servidores públicos de outro âmbito, como decretando a ilegalidade da greve dos professores ou acionando os médicos que resolveram também realizar uma manifestação contra o governo estadual.
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Aos servidores do Judiciário prestamos nossa solidariedade e expressamos nosso apoio, ressaltando que é necessário que a categoria parta para o enfrentamento político e institucional em busca da garantia de suas reivindicações.

domingo, 9 de setembro de 2007

SEM NOÇÃO

Recentemente o Governador Eduardo Campos se referiu a Refinaria Abreu e Lima como a tábua da salvação: “a refinaria vai mudar Pernambuco”.
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Ledo engano. O que realmente vai mudar Pernambuco é uma política educacional de qualidade. Não adianta trazer um monte de empresas para o Estado – GM, Estaleiro, etc – se nós não possuímos uma mão-de-obra qualificada. Ou será que ele acredita que as teles-salas resolverão o problema?
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Pernambuco tem de aumentar o investimento no setor educacional o quanto antes. Não podemos resolver a questão começando pelo “telhado”. De nada serve abrirmos um CEFET e os alunos de baixa renda não conseguirem uma vaga, principalmente os que moram próximo a Refinaria.
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Todos nós sabemos que uma casa se começa pela base. Então, se o governador pretende colocar os pernambucanos nessas vagas que serão geradas em Suape ele vai ter de investir no ensino fundamental e médio para poder ter algum retorno em longo prazo. Não me refiro apenas aos salários de nós professores – isso já é ponto pacífico – estou falando das estruturas físicas e humanas da maioria das escolas estaduais. Muitas faltam professores em diversas disciplinas, muitas só funcionam em dois turnos, muitas não possuem laboratórios de informática (e quando tem os computadores são em número insuficiente para o porte da escola), muitas não possuem laboratórios de ciências, muitas faltam funcionários administrativos, muitas não possuem quadra poliesportiva, muitas foram fechadas no início do ano para reforma e até o momento não foram reabertas, muitas sofrem com a violência dentro de salas de aulas (professores sendo ameaçados constantemente), etc.

O que nós educadores estamos vendo no horizonte não é um mar de calmaria, e sim um mar tenebroso. Os pernambucanos que tanto ansiavam conseguir uma vaga nesse pool de empresas em Suape vão ficar a ver navios.

Em entrevista, Eduardo Campos aborda educação



Valor: Como se alcança esse equilíbrio?
Campos: Só se faz isso com gestão, melhorando a qualidade do gasto; enfrentando distorções geradas pelo corporativismo, pela falta de controle e modernização; reduzindo o custeio, inclusive, por meio da revisão de contratos. É fazer mais com menos. Para responder a isso, não adianta ter apenas sensibilidade política. É preciso ter capacidade de gestão, equipe profissionalizada, e mudar a cultura política também.
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Valor: De que forma?
Campos: Temos que enfrentar a própria base política. Na educação, diretor regional em Pernambuco não é mais indicado por prefeito ou deputado. Estou buscando os diretores em faculdades. Eles vão lá, se candidatam, fazem uma prova, participam de uma banca e, aí, escolho o gestor porque preciso de alguém nas escolas com qualidade para tocar o plano de educação. Vamos medir resultados. Não posso admitir que uma escola, junto de uma outra, com os mesmos salários, a mesma população, não funcione bem e a outra, sim. Temos que premiar o mérito. Não é feio fazer isso. A esquerda precisa saber que premiar o profissional que mostra resultado é uma necessidade.
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Valor: Os diretores das escolas são escolhidos por eleição direta. O que o senhor acha disso?
Campos: O fato de se eleger um gestor não garante democracia na escola. A escola será democrática se ensinar, de forma decente, os filhos dos trabalhadores e dos pobres. Esses dogmas que a esquerda desenvolveu, tipo 'a escola será democrática se a gente eleger o gestor por eleição direta', não vão garantir qualidade no ensino.
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Valor: O senhor acabou com a eleição direta?
Campos: Não, mas estou cobrando que os contratos de gestão sejam cumpridos. O gestor eleito não pode repetir na escola o patrimonialismo que condenamos nos velhos coronéis. Tem gestor que se elege e acha que é dono da escola. Não cumpre o contrato de gestão, permite que o eleitor dele não vá dar aula e obriga o que não votou a dar. O Estado tem que botar esse gestor para fora.
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Valor: O senhor impôs contratos de gestão?
Campos: Eles já existiam, mas não eram cobrados. Como tem uma lei que garante a eleição direta nas escolas e dá mandato de dois anos, estou pegando os contratos de gestão e chamando os diretores. Já afastei 12. Se eles forem culpados nos inquéritos, vou expulsá-los do Estado. Encontramos 12% da carga horária sendo paga (dada como cumprida) sem que os professores estivessem dando aula. Ao mesmo tempo, havia ações na Justiça, movidas pelo Ministério Público e por associações de pais, me obrigando a contratar mais cinco mil professores. Encontrei 78 escolas com o telhado caindo, onde embaixo havia 78 mil estudantes, centenas de funcionários e professores. Precisei interditar. Encontrei 1.200 professores à disposição de outros órgãos, recebendo gratificações por estarem fora das salas de aula. Encontrei também mil professores com licença sem vencimento há anos, mantendo vínculo e me impedindo de fazer concurso para substituí-los. Achei ainda 6% das nossas turmas com menos de dez alunos cada. Descobri que, em alguns casos, essa situação era normal, mas nos outros era o gestor querendo que a escola tivesse muitas turmas porque sua remuneração é calculada também em função do número de turmas.
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Valor: O senhor diria que encontrou situação de falência total na educação?
Campos: Reconheço que há uma experiência bem-sucedida: 13 Centros de Ensino Experimental, feitos em parceria com a iniciativa privada, inclusive, no Ginásio Pernambucano, com a participação do Marcos Magalhães (ex-presidente da Philips e principal liderança do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação). Os alunos são recrutados por notas, os professores são melhor remunerados. Trata-se de um serviço extraordinário, mas temos 1.105 escolas. São 950 mil alunos, sendo nove mil nessas escolas. Tenho que valorizar isso. Na minha gestão já fizemos mais sete parcerias, mas meu desafio é fazer dessa realidade de poucos a realidade de tantos outros. Quando nos prometeram equilíbrio fiscal, reduzindo o tamanho do Estado e fazendo privatizações, nos diziam que iam nos legar saúde, educação e segurança melhores. Isso não aconteceu. Esses serviços nunca estiveram tão deficientes quanto agora. Nessas três áreas, Pernambuco é 'campeão negativo' em duas - no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e, ao lado do Rio e do Espírito Santo, nos indicadores de violência. Na saúde, temos o segundo pior resultado no indicador que mede o número de anos de vida perdidos.

Governo realizará reunião técnica sobre educação!

Notícia publicada no Blog de Jamildo:
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"O Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social de Pernambuco (Cedes) se reúne nesta segunda-feira (10.09), a partir das 15h, no Salão dos Banquetes do Palácio do Campo das Princesas. Durante o encontro, presidido pelo governador Eduardo Campos e que reunirá os 53 membros, serão analisadas e votadas as recomendações ao Governo feitas pela Câmara Temática Política Publica de Educação, coordenada pela professora e ex-secretária de Educação, Silke Weber." (leia mais clicando aqui)
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Apesar do fato de que a tal reunião ocorrerá no "Salão dos Banquetes", esperamos todos não amargar mais uma indigesta surpresa a partir daquilo que será indicado por meio das "recomendações" que este Câmara Temática Política Pública de Educação apresentará!
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Aguardamos as notícias!

Reportagem sobre o piso salarial

O piso da precariedade

Nossa categoria é tão aviltada que sequer um piso salarial ainda foi estabelecido para definir um limite mínimo para o abuso. Pernambuco paga o pior piso do Brasil e o projeto para o piso nacional vive sendo sabotado e protelado no Congresso Nacional.


A indignação de uma professora de Resende (RJ) foi registrada em uma revista de circulação nacional. Ela não recebe o pior salário do Brasil, como nós recebemos aqui em Pernambuco, mas sua opinião sobre a situação salarial dos professores expressa bem o problema que vivenciamos:
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E por falar em privatização...

Recomendação das mais úteis é assistir a produção canadense "A Corporação", documentário que aborda o poder das mega-empresas privadas sobre o mundo e sobre a vida das pessoas. Segundo o crítico cinematográfico Bernardo Krivochein "é um filme obrigatório a ser integrado a currículos de colégios e universidades mundo afora. 'A Corporação' provoca, revolta, assusta e motiva".
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O filme está nas lojas, nas locadoras e também no espaco "alternativo" da internet, onde pode ser baixado - clique aqui.

"PRIVATIZADO" - Bertold Brecht


"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence. "

Reflexão para os neoliberais, os privatistas e os defensores "esquerdistas" das PPPs! Salve Brecht!

Seminário sobre "telessalas"

O Sintepe promoverá um seminário sobre as telessalas no dia 11 de setembro (nesta próxima terça-feira), conforme divulgado em nota semanal da entidade. O evento ocorrerá no Teatro Valdemar de Oliveira a partir das 9h.

sábado, 8 de setembro de 2007

VISTA ESTA CAMISA!


Durante o "Grito dos Excluídos" estreamos nossa camisa. Em breve qualquer um também poderá vestir nossa camisa e contribuir pelo desenvolvimento deste movimento, pois as camisas estarão disponíveis para a aquisição.

O "Grito dos Excluídos"

Nós estávamos lá, bem no derradeiro bloco da já tradicional manifestação cívica que ocorre no feriado de 7 de setembro. Parece que o "Grito" está também demarcado por alas, afinal, havia quem estivesse lá para reivindicar e protestar - cumprindo a atribuição original da manifestação - enquanto muitos foram ao ato para fazer propaganda governista - tanto federal quanto estadual e municipal (Recife e Olinda). Teve de tudo. Nossa participação no "Grito dos Excluídos" foi encerrada na Praça do Diário.

O Programa Tavessia

Em matéria editada no Jornal do Commercio no dia 7/9/2007 (Opinião,p.8) a Secretária de Educação do Estado (PE) faz alguns esclarecimentos sobre o Programa Travessia. Porém a SEDUC "esqueceu" de fazer referência à parceria feita com a Rede Globo e o (montante) capital que envolve o tal projeto, pois sabemos bem que isto é apenas mais uma tentativa em disfarçar as estatísticas da educação. Não se corrige distorções idade-série com projetos mirabolantes empurrados de cima para baixo de forma superficial, a educação precisa ser pensada com seriedade a partir das séries iniciais e os problemas relativos à mesma necessitam ser diagnosticados por quem realmente entende de educação. Projetos de "gabinete" jamais produzirão bons frutos, uma vez que a clientela envolvida no processo educacional não é consultada.

Não creio que TV, rádio, DVD e professor "polivalente" (UM, para administrar diversas disciplinas) sejam suficientes para assegurar à aprendizagem. Já conhecemos esta fórmula e sabemos bem como ela funciona, garante-se aprovação mas não aprendizagem.

Quanto ao desestímulo do aluno citado na matéria, seria interessante ressaltar que os professores também sentem-se desestimulados, fatigados com a sobrecarga de trabalho, obrigados a conviver muitas vezes em ambientes (escolas) desprovidos de uma estrutura mínima de funcionamento, sem falar nos baixos salários (vergonhosos até de serem comentados).

Ter compromisso com a educação não é apenas reconstruir escolas deterioradas, nem bancar projetos tipo Travessia. Que de travessia não tem nada. Travessia para lugar nenhum. Que perspectivas terão esses jovens mediante um mercado de trabalho globaliazado e extremamente exigente? Quais universidades os acolherão?

Ficam as peguntas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Burrice dos EUA

A maior potência mundial demonstra também sua potencialidade em ignorância. Clique no play no centro da tela e aprecie um espetáculo de desinformação... ou de estupidez!






O Processo de Emancipação Política do Brasil

por José Ricardo de Souza
historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor, poeta; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista
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No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe-regente dom Pedro de Alcântara recebeu às margens do riacho Ipiranga, duas cartas, uma de José Bonifácio de Andrada e Silva e outra de dona Maria Leopoldina. Nelas, ambos aconselhavam dom Pedro a anunciar a emancipação definitiva do Brasil em relação a Portugal. Após um longo discurso patriótico, dom Pedro teria concluído a cena com o famoso “grito do Ipiranga”. Foi assim que aprendemos como o Brasil se tornou livre de Portugal, numa visão elitista da História, como se personagens únicos fossem responsáveis pelas grandes mudanças históricas. A emancipação política do Brasil foi um longo processo que começou com a crise do sistema colonial europeu, e a formação do pensamento liberal burguês, responsável pela difusão de idéias libertárias.

A Independência dos Estados Unidos da América (1776) foi o primeiro dos movimentos de libertação nacional das Américas, onde houve de fato uma ruptura entre as relações colônia e metrópole. Os americanos (do norte) conseguiram impor a Inglaterra uma derrota singular numa guerra que se arrastou por sete anos, mas conseguiram formar um Estado Nacional capaz de caminhar com as próprias pernas. No Haiti, a experiência emancipacionista foi ainda mais revolucionária: um negro lavador de porcos, Toussaint L’Ouverture, conseguiu levantar a população empobrecida para participar também do processo (1791-1801). O Haitianismo ficou como um sinônimo de revolta popular, encabeçada principalmente por negros e seus descendentes. A Revolução Francesa de 1789, consolidou a burguesia como a nova força política européia.

A nova organização mundial da época se refletiu nas articulações políticas do Brasil. Inspiradas pelos princípios do Iluminismo, várias revoltas tentaram romper definitivamente o colonialismo português, como as Conjurações Mineira (1789) e Baiana (1798), além é claro da Revolução Pernambucana de 1817, mas sem sucesso. A própria vinda (ou melhor, fuga) da Família Real Portuguesa para o Brasil, escapando das tropas napoleônicas que invadiram Portugal, foi um desdobramento da nova configuração do cenário político europeu, desta vez disputada pela França napoleônica e pela poderosa Inglaterra industrializada. Como príncipe-regente, dom João assinou a Abertura dos Portos brasileiros às nações amigas (1808), que na prática favoreceu apenas à Inglaterra. A Elevação a Reino Unido de Portugal e Algarves (1815) foi mais um passo importante para a emancipação, uma vez que o Brasil ganhava a autonomia administrativa. Quem não gostou das mudanças que a Corte Joanina trouxe para o Brasil foram os portugueses, que não queriam perder seus privilégios sustentados com as riquezas exploradas do Brasil. Num ato de força, reivindicaram através da Revolução do Porto de 1820 à volta de dom João VI para Portugal. Mesmo a contragosto, dom João cedeu aos revoltosos, mas deixou seu filho dom Pedro de Alcântara como príncipe-regente. É muito famosa uma citação que diz que antes de partir dom João teria confidenciado a dom Pedro um pedido: “se o Brasil se separar, antes seja para ti, que hás de me respeitar do que para alguns desses aventureiros”.

O medo de um movimento popular, fez com que as oligarquias rurais aceitassem o comando imposto por dom João VI, uma vez que com dom Pedro no poder teriam garantias seguras de nenhuma mudança na estrutura social. Formou-se então uma ampla articulação política para sustentar o desenrolar do processo de emancipação, que foi conduzido unicamente pelos latifundiários e políticos influentes ligados à aristocracia rural. As Cortes de Lisboa eram o principal inimigo dos emancipacionistas, e exigiam o retorno de dom Pedro a Portugal, além, é claro da recolonização do Brasil. Os demais encaminhamentos do processo, como o dia do Fico (09/01/1822), o “Cumpra-se” (maio/1822), o Título de Defensor Perpétuo (maio/1822) foram alguns passos para a emancipação definitiva.

O rompimento entre Brasil e Portugal, com a emancipação política, não representou uma liberdade total, uma vez que o Brasil saía da dependência colonial portuguesa, mas caía no domínio capitalista dos ingleses. Pior ainda foi a situação do povo, dos pobres e dos escravos, que nada tinham a comemorar no dia 8 de setembro, uma vez que a Independência só beneficiou os ricos e os poderosos. Dom Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon foi coroado Imperador do Brasil em 1° de dezembro de 1823, permanecendo no governo até 7 de abril de 1831, quando abdica do trono em favor de seu filho dom Pedro de Alcântara, após um reinado marcado pelo autoritarismo e pela dependência econômica ao capital inglês.

* Artigo publicado na Folha de Pernambuco, edição de 7 de setembro de 2002, página de cidadania.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sobre greves e negociações

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Independência?

Já se passaram 185 anos de um certo “brado retumbante” que teria afirmado a independência do Brasil, mas um ato simbólico realizado por um membro da nobiliarquia européia e abençoado por senhores de terras e escravos teria tornado o Brasil uma nação autônoma?

Certamente o Brasil que se mostrou desde aquele 7 de setembro de 1822 não atingiu até o momento a plenitude de sua autonomia.

Ainda estamos presos e retidos em regras ditadas além de nossas fronteiras. Ainda temos uma elite que se apoderou das possibilidades de gerir nossos futuros e mesmo quando nos iludimos que estamos caminhando para sair de um longo círculo vicioso, a repetição de práticas tão gastas insistem em ser executadas.

Algozes de ditaduras hoje posam de “democratas” desgastando o conceito e os ensinamentos contidos nesta palavra que já foi tão decantada por sonhadores, libertários e revolucionários. Muitos de nossos heróis de lutas se renderam diante daquilo que combateram, sendo agora antíteses de suas próprias histórias.

Já é tempo de bradar com a devida sinceridade e compromisso aquele grito que ainda está sufocado. Já é hora da “independência ou morte”!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Humor


A GREVE DOS PROFESSORES E A FÚRIA DO ESTADO




Jornal de Arcoverde – Edição 222 – Julho/2007 (Pág. 04)
Francisco Galindo

Este texto foi gentilmente encaminhado pela professora Katyuscia Carvalho e por outros professores do município de Venturosa. Nós agradecemos a contribuição.



Havia certo Eduardo e uma promessa de melhor Educação, de melhor Saúde, de maior Segurança. Havia certo Eduardo e um voto de confiança quase geral. Havia certo Eduardo e compromisso de trato democrático. Havia certo Eduardo e juramento de relações civilizadas. Eduardo, o breve, desmoronou. Enquanto escrevo, passaram-se cinqüenta dias do movimento de reivindicações dos professores de Pernambuco, tratado com arrogância e desdém. O golpe mais duro acontece neste comecinho de agosto, com a decisão do governo em contratar professores temporários, substituir mão de obra demitindo mestres concursados.

Eu próprio volto ao trabalho. Envergonhado. Rendido pela cobrança de sobrevivência. Eu próprio volto ao trabalho, afetado, contrafeito, sob ordens, sob censura, sob vigilância, puxando pelo grilhão dos condenados a quem é negada melhor sorte que a submissão. Hoje voltei para dar aulas, num fim de greve que não acabou, ameaçado de demissão. Volto, como saí, com razões para não estar aqui. Volto pras aulas exigido aos esforços mentais, mas a alma zangada e ferida, escandalosamente perplexa. Foi neste homem que votei e votamos tantos de nós, não foi bem este modo de governar que pensamos ter. Volto covardemente, imaginando que outros resistirão, no sacrifício em que também se arrasta a família, num dilema doloroso de expor-se, expondo gente mais vulnerável.

Aprendi, faz tempo, que os governos podem e a gente só pressiona. Mas teimo em pretender que também podemos formar opinião e como Geir Campos, ainda que mordamos o fruto amargo, haveremos de denunciar quanto é amargo. E ainda que cumpramos o trato injusto, denunciaremos quanto é injusto. Esta é a tarefa nestes dias em que professores devem engolir um salário maldito, fustigados por um governo soberbo, por uma justiça mancomunada. O abuso do poder ainda é poder? O abuso do direito é legítimo? O nosso Souza de Macedo é que pensava uma gradação, a que faria bem que retomássemos, em que uma sociedade deve estar fundada numa União, a União sobre a obediência, a obediência sobre as leis, as leis sobre a justiça, pelo que tirada a justiça caem as leis, caídas as leis falta a obediência, faltando a obediência se destrói a União, destruída a União, acaba-se a sociedade, levantam-se inimizades, revoltas e confusões.
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Não saio do movimento de greve. Sou empurrado de volta, porque não mais respondo sozinho pelos meus atos, porque não defendo minha isolada sobrevivência. Volto com as mesmas faltas e convicções, com o salário infame dos professores, com as condições mesquinhas de trabalho, com as cobranças mais altas, com magras perspectivas, com o cinismo dos governos, com um orgulho danado de professor que não se quebra. Volto com a vergonha própria daquele mestre que açoitado pela inquisição admitiu que a terra era inerte, e gritava calado “mas que se mexe, mexe”. Volto pra dizer pros meus alunos que ainda há muito por lutar e que os aliados aparentes podem soltar veneno, podem ferir a carne, podem exercer a humilhação. Volto com a nostalgia de outras vitórias, o aceno de que nem sempre se perde, de que alguns recuos podem ser prova de coragem, de que a história reserva surpresas, de que não estamos prontos, de que perdemos de novo, mas estivemos do lado certo.

"NÓS NO GRITO"

Nós que fazemos parte do Movimento de Oposição (Alternativa) ao SINTEPE estaremos participando do Grito dos Excluídos que acontecerá no dia 07 de Setembro de 2007. A concentração será na Praça Oswaldo Cruz as 9h.

As camisetas para o evento estão ao encargo do amigo Paulo Alexandre.
Até lá.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

As "recomendações" das GREs

Recebi hoje (03/09/07) um comunicado da Escola Tito Pereira segundo esta ,resultado da investigação da GRE ocorrido no período da manha nessa unidade escolar.Entre um monte de absusos, o comunicado estabelece o prazo de 15 dias para atualização de todos os diários de classe. E como se não bastasse proíbe a realização de Feira de Conhecimentos e Gincanas à realizar-se aos sábados e acrescenta:"Tampouco o professor deverá apresentar atestado justo neste dia,pois estará desrespeitando o acordo firmado entre o Governo Estadual e Sintepe".

Assinei o documento com as observações que considero necessárias,mesmo sob advertencias verbais do coordenador que apresentou-me o documento.

Perante o que li senti-me inojada com a conduta de um departamento que diz trabalhar pela organizaçao e melhoria da educação.Recuso-me também a acreditar que o sindicato que nos representa tenha compactuado com tamanha aberração.

A comissão das GREs deveria tirar um dia para estagiar em sala de aula,passar a vivenciar a rotina de um professsor,receber diários com 4 a 5 meses de atrasos,trabalhar aos sábados,suportar a tirania de alguns diretores(as) de escolas,precisar pagar para poder beber água,aguentar calor de rachar em salas superlotadas , receber baixos salários,entre tantas outras inconveniências comuns às escolas públicas.

Quem sabe se depois de um dia estafante (pois "pulamos"de uma escola à outra, sem carro com ar condicionado) essa Comissão não mudasse de ideia?

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

PARAFRASEANDO BRECHT

Há professores que lutam um dia, e são bons;
Há professores que lutam um ano, e são melhores;
Há professores que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há professores que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

Sem concurso para professor

O governo quer provar que não há necessidade de realizar concurso para professores. O governo só precisa agora explicar direito como ainda existem escolas sem professores, como ainda existem tantos contratos temporários e como existem tantas salas de aula superlotadas em várias escolas da rede estadual.

Clique aqui e leia mais.

Pérolas de Eduardo sobre a crise da educação em Pernambuco

O governador Eduardo Campos fez uma defesa - se é que isto é possível - da posição de sua gestão sobre o caos da educação pública em Pernambuco. Os argumentos não dão uma posição firme sobre quais as medidas efetivas que o governo propõe para enfrentar a crise. Anunciar medidas paliativas, superficiais e parciais é muito pouco para dar algum sinal de que o problema será revertido.

Clique aqui e confira o que foi afirmado pelo governador.

PARA MEDITAR

NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI


Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


EDUARDO ALVES DA COSTA
Niterói, RJ, 1936.

PROFESSORES, UNI-VOS!

Humor




domingo, 2 de setembro de 2007

"Telefraude": mais dúvidas!

Depois de concluída parte da milionária "capacitação" de docentes que serão os "mediadores" no ilusório programa de telassalas "Travessia", ainda paira uma enorme nuvem de incertezas.
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Quando, afinal, tais "aulas" terão início? O equipamento a ser utilizado (televisores e aparelhos de DVD) já foi adquirido para todas as escolas? Houve licitação ou este procedimento será devidamente quebrado em função da "urgência" de tal aquisição? Ou será que está faltando competência até mesmo para aplicar uma política incompetente?

Charge


Custo ou benefício?

Nosso Legislativo estadual tem criado razões cada vez mais evidentes para críticas. De atropelo em atropelo, de abuso em abuso, mais um motivo para a indignação pública: nossos deputados estaduais nos custam muito mais que os deputados ingleses ou franceses para seus respectivos eleitores e pagadores de impostos!

Tanto na Inglaterra quanto na França, a renda per capta é superior aos 22 mil dólares, enquanto a nossa equilave a menos de um quinto dos índices desses dois países europeus. Mesmo assim, nossos deputados "valem" mais que os seus colegas ingleses e franceses!

Clique aqui e leia mais sobre o assunto.
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Ainda:

BLOG DE JAMILDO

Confiram e comentem postagem do Blog de Jamildo que repercute a crise da educação - fazendo referência a esta oposição!

Clique aqui!

Chamada: - "Teresa Leitão?"... - "Faltou!"

A partir de matéria publicada no Jornal do Commercio de hoje, cabe considerar algumas informações.
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A deputada Teresa Leitão não só esteve ausente durante o período de greve da categoria que um dia já representou como dirigente sindical. Suas aparições escassas também já são hábito na própria Assembléia Legislativa. Conforme indica levantamento feito pela ONG Transparência Brasil, a parlamentar está entre os 10 mais faltosos membros de nosso Legislativo estadual. A freqüência da deputada é limitada, pois ela esteve ausente em 45% das seções realizadas na Casa.
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O maior índice de faltas ficou por conta da deputada Carla Lapa, ausente em 65% das seções, sendo também recordista em faltas não justificadas.
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No mundo real, fora do plenário da Assembléia Legislativa, o elevado índice de faltas no trabalho resulta em descontos nos salários e também em punições.
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sábado, 1 de setembro de 2007

Em cartaz


Reposição de aulas: resultado de nossa enquete

Durante uma intervenção na última assembléia, foi perguntado se o calendário de reposição das aulas estava contemplando as condições dos professores. Pouquíssimas pessoas responderam afirmativamente (incluindo membros da mesa que não estão cumprindo o horário porque não estão em sala de aula). Durante alguns dias fizemos uma enquete em nosso blog para colher informações sobre o calendário e os resultados obtidos foram os seguintes:
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Nossa enquete não representa estatisticamente todo o conjunto das opiniões da categoria, mas serve de indicador simbólico de que há insatisfação. Mas a direção sindical também não se importa com esta insatisfação, pois apoiou o modelo do calendário de reposição e não está muito interessada em saber em que condições os professores estão se desdobrando para cumprir os horários nem mesmo em que nível de qualidade está sendo executada a reposição.

Quadro lastimável (2.0)


Mozart Neves: um piadista!



Publicado na revista Época:
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"Para Mozart Neves, diretor do Programa Todos pela Educação, uma coalização de ONGs e empresários, é preciso criar incentivos financeiros atrelados ao desempenho e à titulação. 'Não dá mais para trabalhar com a noção de que os professores são iguais. A isonomia nivela por baixo. Não vai atrair talentos para o magistério.'"
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O detalhe anedótico desta citação é evidente: Mozart Neves foi secretário de educação de Pernambuco e fez uma gestão trágica. O atual diretor de uma entidade curiosa e obscura simplesmente tomou parte de um governo que degradou a educação pública pernambucana a um nível precário e vergonhoso. Hoje, nosso ex-secretário faz pose de expert e, infelizmente, aqueles que consultam esta "autoridade" em assuntos educacionais não pararam para verificar que ele contribuiu para que Pernambuco ocupasse o triste patamar de ser a unidade federativa que possui a pior educação do Brasil.
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Mozart Neves poderia nos fazer rir... mas este assunto não tem graça!

Ainda abaixo do mínimo

Mesmo considerando o "avançado" (segundo a diretoria do Sintepe) aumento de 5% nos salários da categoria após a greve, nosso piso continua "subterrâneo". O aumento é ridículo e lento, pois ainda não entrou em vigor - o que ocorrerá no mês que vem.
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Com esta generosa ação do governo Eduardo Campos, o piso salarial para um professor de nível superior em Pernambuco será elevado de R$ 346,74 para avançadíssimos R$ 364,08. Mesmo com o aumento, este piso é inferior ao valor de um salário-mínimo atual, que é de R$ 380,00.
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Nesta quinta-feira foi anunciado que o salário-mínimo será reajustado para R$ 407,33 (clique aqui e confira). Diante desta notícia, ressaltamos a lamentável constatação de que o piso salarial pernambucano estará ainda mais defasado em relação ao salário-mínimo.
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Esta já não é mais uma questão que incomode a direção do Sintepe, afinal, o sonhado piso nacional está em tramitação no Congresso, conquista que todos nós queremos e que motiva também um posicionamento medonho: a situação salarial vigente em Pernambuco pode ser jogada sob o tapete da inoperância sindical.