quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um PT anti-educação

Aloizio Mercadante: "Não é o momento de se ampliar
verbas para a saúde e a educação"
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É traumático, mas não custa lembrar que durante o infeliz governo FHC predominou uma visão econômica fundamentalista a partir da qual toda e qualquer ação do governo deveria visar os índices e aspectos determinantes (segundo eles) para "estabilidade". Gastos sociais? Nunca, afinal, os índices macroeconômicos ideais e o humor do mercado sempre eram mais importantes.
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Este argumento servia para tudo e fez a alegria dos especuladores, dos banqueiros e dos abutres que engoliram o patrimônio público através das bilionárias privatizações promovidas pelos tucanos, pelo PFL (identidade então utilizada pelos atuais Demos), pelo PMDB hoje governista (aliás, o partido é sempre governista - e não importa quem esteja no poder) e por todos os demais fiéis seguidores da cartilha neoliberal - muitos dos quais são hoje "companheiros" palacianos.
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Este tempo não passou e o fundamentalismo economicista agora é petista. O anteriormente crítico Aloizio Mercadante (PT/SP) possuía notoriedade como combatente da política econômica de FHC, mas resolveu encarnar o espírito do tenebroso ex-ministro da fazenda Pedro Malan (o economista-bomba da trupe neoliberal-terrorista tucana). Para Malan, qualquer medida que não animasse o "mercado" representaria uma ameaça à estabilidade e, conseqüentemente, teria efeito inflacionário.
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Mercadante é um defensor da DRU (Desvinculação das Receitas da União), o artifício criado pela gestão FHC que dá ao governo a possibilidade de desviar 20% das verbas constitucionalmente determinadas para que estes recursos sejam livremente utilizados pelo próprio governo (e sem obrigatoriedade de comprovação). O desvio de verbas afeta a educação e gerou um bilionário prejuízo para o setor. Mesmo assim, segundo o senador, gastos sociais prejudicam o andamento da estruturação macroeconômica do Brasil e por isso desviar verbas da educação e da saúde para custear as aventuras da política econômica do governo, por exemplo, é um verdadeiro serviço à nação!
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Será que a conta deste serviço será paga com cartão corporativo bancado pela verba desviada através da DRU?
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