quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Carta aberta ao secretário de educação

Boa noite Sr. Secretário,

Tenho acompanhado todas as medidas adotadas pelo atual governo para sanar os graves problemas da Educação em Pernambuco. Este ano todos os alunos das escolas públicas receberão material didático, disciplinas ainda não contempladas com o livro didático terão para este ano a oportunidade de utilizá-los, novo concurso público será realizado ainda no primeiro semestre. Medidas louváveis para a atual gestão, pois o histórico da educação em Pernambuco é de décadas de perdas de qualidade no ensino. Um fato ainda assim me deixa muito intrigado: como podemos aliar todos estes ganhos com mudança nos péssimos números da educação se uma das partes interessadas em que tudo isso dê certo, se eles (os professores) continuam mal remunerados, ganhando um salário-base abaixo do mínimo (R$ 380,00) e sem uma política séria que eleve seus salários a níveis mais aceitáveis e menos sufocantes? Por que o governo do Estado não adota medidas mais sérias para corrigir as distorções entre os salários dos professores pernambucanos e de outros estados do Brasil (Alagoas, por exemplo)?

Para que possamos realmente mudar o atual estado doentio da educação em Pernambuco teremos também de adotar uma política de valorização dos professores, não apenas com capacitações ou com cursos de especializações e mestrado. Devemos também pensar que os professores pernambucanos muitas vezes têm que trabalhar os três horários para poder pelo menos pagar suas dívidas.

Com uma atitude nos termos acima poderemos mesmo mudar os índices baixíssimos de aprendizagem da escola pública estadual pernambucana, pois dependem de nós também estes números. Não adianta simplesmente abrir mais vagas na educação em Pernambuco sem pensarmos nas péssimas condições de vida em que vivem nossos profissionais. Seriam mais de 1700 professores engrossando o nosso grito, simplesmente isso.

Aguardo respostas,

Prof. José Alberto Costa

O PIOR SALÁRIO DO BRASIL!

O título desta postagem não é nenhuma novidade, mas não custa verificar uma comprovação. Abaixo deste texto, você encontrará cópias de dois contracheques de professores, sendo um de Alagoas e outro de Sergipe. Ambos possuem vencimentos acima daquilo que é pago em Pernambuco (o que é algo óbvio), contudo vale salientar o seguinte:
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  1. O contracheque de Sergipe é de um professor que ingressou no serviço público em 2004 e recebe um pagamento referente ao triênio (acréscimo decorrente do terceiro aniversário do contrato), sinal de que por lá o PCC é cumprido em se tratando das progressões - o que não ocorre aqui, onde as progressões intermediárias são ignoradas pelo governo. O professor que possui carga de 200 horas/aula recebe salário líquido de R$ 1.442,71.
  2. O contracheque de Alagoas é de um professor que possui carga-horária de apenas 20 horas semanais e ingressou no serviço público em 2006. Este professor alagoano em início de carreira e ainda em estágio probatório recebe salário líquido de R$ 884,88. Isto é bem mais do que recebe um professor na rede estadual de Pernambuco em início de carreira trabalhando uma jornada correspondente ao dobro daquilo que é pago e este professor de Alagoas.

Confira as imagens abaixo (clique nelas para ampliar)

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PS. Os dados de identificação dos professores donos dos contracheques foram encobertos para resguardar nossos colegas de Alagoas e Sergipe que solidariamente nos forneceram suas informações salariais!



terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Da boca para fora (ou para a publicidade oficial)


O último boletim informativo da Secretaria de Educação traz uma afirmação reveladora na "matéria" que trata dos desafios do governo quanto ao quadro de vexame dos resultados obtidos por nossa educação pública nos exames nacionais como o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que nos colocou em último lugar no Brasil.
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No texto, além de haver o alarde sobre a adoção do pagamento do 14º salário através da política de resultados, há uma citação do governador Edurado Campos, que afirmou: "vamos construir um ciclo de confiança, garantir que os alunos tenham aula e resgatar a auto-estima dos professores, que é uma das carreiras mais bonitas que alguém pode ter".
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Mesmo achando tão "bonita" a nossa profissão, o governador não pode esquecer que nos paga o pior salário do Brasil. Falar em resgatar nossa auto-estima requer a adoção de posturas práticas e o abandono da retórica vazia, pois de conversa fiada, francamente, estamos fartos!

Centros Experimentais

A Escola Tito Pereira de Oliveira (Camaragibe) será um dos famosos Centros Experimentais. Em janeiro, período em que o professorado encontra-se de férias, aconteceram três reuniões para discutir-se o assunto, porém nem todos os professores foram convocados para as reuniões, a seleção foi feita pela própria direção da escola que coincidentemente deixou de fora os professores que não a apoiaram (candidata indicada pela GREE), ou seja não trabalharam (sou uma das que está fora do projeto) para que a mesma chegasse ao poder na eleição passada (2005).
Denunciei o fato ao Sintepe e questiono a legalidade do processo uma vez que o mesmo acontece em momento que nos é garantido férias, além disso a convocação para as reuniões chegou apenas para alguns.
Ando no aguardo de respostas, as aulas estão quase começando e nem sei como vai ficar minha situação e dos outros colegas.
As notícias que tenho são dadas pelos professores que assistiram as reuniões, falam maravilhas, primeiro vem a sedução através do acréscimo salarial (R$ 125 % sobre o salário base), dos materiais didáticos disponíveis para a prática diária, ou melhor tudo que nós profissionais em educação necessitamos para desenvolver um bom trabalho, porém não temos acesso (por vezes não dispomos de lápis para quadro, papel ofício, água para beber etc.)
Sabemos que em todo processo há pontos positivos e negativos. Será que alguém apresentou o lado negativo da proposta? E as empresas privadas que bancam o projeto?
O que sabemos sobre o rendimento dos alunos do Ginásio Pernambuco (Centro Experimental) ?
Qual o grau de satisfação de professores e alunos envolvidos no projeto? Qual o posicionamento do Sintepe em relação aos Centros?
Busco respotas. Continuo no aguardo...

sábado, 26 de janeiro de 2008

E agora?

Nesta última sexta- feira houve o encerramento das inscrições para os cursos profissionalizantes oferecidos pelo governo estadual. O que não foi amplarmente divulgado de forma clara foram as instituições que irão aplicar esses cursos, sua duração e aplicabilidade. Esses pontos devem ser esclarecidos para que a população do Estado realmente receba o retorno diante dos investimentos ora feitos nesses cursos tão propagados como a redenção dos jovens sem perspectivas de emprego em nosso Estado. Qualificação com qualidade é o mínimo que se pode esperar desses cursos, afinal nosso povo merece e deve receber o que se tem de melhor, afinal é dinheiro público que está sendo gasto proveniente de nossos suados impostos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ué, cadê?

Cadê a matéria que era pra estar aqui, ou mais precisamente aqui, sobre as possíveis irregularidades nas matrículas nos centros de ensino experimental?

Pior, fui no Centro de Ensino Experimental Nóbrega ontem e me informaram que as relações dos alunos são enviadas prontas da GRE para eles, tais alunos são selecionados de escolas que possivelmente não tem o ensino médio, onde são feitas relações com o nome de quem tem interesse de estudar num centro de ensino experimental.

Oxe, por que diabos então não usam o 0800 como é para todo mundo? Que negócio mais por debaixo dos panos é esse?

Pior, quando venho no ônibus ouço uma adolescente contando para um colega que a escola privada onde ela estudava faliu e que agora ela vai estudar no Nóbrega, e que ontem tinha passado o dia inteiro correndo atrás da diretora de tal colégio para arranjar a vaga (sic).

Ah?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Perguntar não ofende...

O artigo abaixo, da lei estadual n.º 11.329, de 16 de janeiro de 1996 (Estatuto do Magistério), foi alterado ou revogado?

Se não foi nenhum nem outro, alguém vai chiar?


E se vai chiar, vai ser quando? Quando as aulas começarem?


Ah, já sei, nosso salário finalmente vai ter um aumento digno?


E além disso todas as linhas de ônibus na região metropolitana vão ficar ativas até meia noite. Não é?



Art. 15 - A duração da hora-aula em qualquer dos turnos diurnos de trabalho, quer na regência ou na execução de atividades técnico-pedagógicas, será de 50 (cinqüenta) minutos.


Parágrafo único - Será de 40 (quarenta) minutos a duração da hora-aula prestada pelo professor em regência de classe, quando em turno noturno.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Circo dos Horrores em PE

Desde a semana passada milhares de jovens vem disputando vaga nos cursos de profissionalização oferecidos pelo Governo do Estado, debaixo de sol e chuva, sereno e dos perigos da noite, pois se não se dispuzerem a dormir na fila não conseguem ficha de inscrição. Muitos dormem e nem assim as conseguem, pois são oferecidas em número limitado a cada dia. Hoje encontrei quatro alunos meus na Conde da Boa Vista, que vivem na comunidade de Prazeres, dizendo que iriam dormir na rua para guardar a vez na fila de amanhã. Dormiram ontem e não conseguiram e tentariam de novo para poder ter acesso a um curso de informática. Imaginem quatro adolescentes, três meninas e um garoto, dormindo na rua tão longe de casa, correndo riscos e mais riscos, tudo isso por falta de organização e respeito por parte daqueles que dizem estar fazendo o bem. Isso é mesmo " bom para Pernambuco"? Oferecer vagas da forma como estão sendo oferecidas? Centralizar na Agência do Trabalho que já atende a milhares de desempregados que passam o dia todo na fila foi o pecado maior do governo. Propaganda não pode ser tudo na vida de um político. Que prazer há em ver milhares de jovens pernoitando ao sereno, debaixo de chuva e desprotegidos, longe de casa? Esse CIRCO DOS HORRORES precisa acabar, os jovens pernambucanos não podem ser desrespeitados dessa forma! Cadê o ministério público? os órgãos de proteção dos jovens? direitos humanos? As escolas estaduais poderiam muito bem inscrever esses jovens de forma bem mais humana, dentro das comunidades em que eles vivem . Todavia isso não iria aparecer de forma tão impactuosa na mídia quanto milhares em fila para receber as beneces do governo que só que ver o "bem" de toda a população pernambucana.

Para morrer de dor: escola pública brasileira!

[Pulicado no Blog de Jamildo]


Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que um em cada cinco jovens entre 18 e 29 anos e que vivem em cidades abandonou a escola antes de completar o ensino fundamental.
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Segundo trabalho feito pela Secretaria Geral da Presidência da República com base na Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, dos 34 milhões jovens urbanos do país, 7,4 milhões tiveram de um a sete anos de estudo --período insuficiente para concluir o ciclo-- e 813,2 mil são analfabetos.
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No topo da lista de exclusão estão cinco Estados do Nordeste. O líder é Alagoas, com 46% dos jovens em uma dessas duas situações. Na outra ponta do ranking está São Paulo, com 15% de exclusão.
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"Há 20 anos, quando muitos desses jovens estavam em idade escolar, o sistema de ensino apresentava uma cobertura menor e uma exclusão maior", declara o professor Fernando Tavares Jr., da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. "Por outro lado [há 20 anos], a reprovação e a evasão eram bem maiores. Os dois fatores conjugados produziram uma exclusão educacional maior nessa geração", completa.
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Um quadro geral sobre a péssima situação da educação nacional pôde ser visto em dezembro, com os resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Entre 57 nações avaliadas, os alunos brasileiros obtiveram a 53ª posição em matemática, a 52ª em ciências e a 48ª em leitura.


Para morrer de inveja: escola pública "made in Japan"

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Lula admite regulamentar piso nacional da educação por MP, diz CNTE
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LÍSIA GUSMÃO. Colaboração para a Folha Online, em Brasília

Em encontro reservado com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se comprometido a enviar uma MP (medida provisória) para o Congresso Nacional caso não seja aprovado até maio o projeto de lei que fixa o piso salarial para os professores. Segundo a presidente da CNTE, Juçara Dutra Vieira, o presidente teria sido "incisivo" na possibilidade de apressar por meio de um MP a aprovação do piso salarial.

A proposta enviada pelo governo fixava o piso em R$ 850, mas foi elevada para R$ 950 durante as negociações entre trabalhadores da educação e os deputados. O valor deverá valer para professores do ensino médio com carga de trabalho de 40 horas semanais.
"O presidente já tinha autorizado o aumento do piso e foi incisivo na possibilidade de enviar uma MP se a votação ultrapassar maio, por causa das eleições municipais", disse Juçara.
Segundo ela, os trabalhadores farão uma manifestação em março para pressionar o Congresso a aprovar o piso salarial dos professores.

Cortes
A CNTE também pediu que os recursos da Educação sejam poupado dos cortes que serão feitos no Orçamento de 2008 para adequá-lo ao fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Contudo, o presidente já teria alertado que programas como Médico na Escola e Fonoaudiólogo na Escola não escapariam da tesoura.

Será mesmo que "os números não mentem"?

Sobre a criação de novas disciplinas na matriz curricular, eis o que está divulgado no site da Secretaria de Educação: "Matérias como Direitos Humanos e Cidadania, Educação e Trabalho, História da Cultura Pernambucana e Educação Ambiental também são opcionais. Durante o ano passado, a SE realizou cerca de 21 mil capacitações nessas áreas para preparar os professores no repasse desses conteúdos."
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Pergunta-se: onde conseguiram este número de "capacitados" (21 mil) para apresentar à opinião pública? Vale mentir descaradamente?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Governo Lula quer implantar nas escolas do Nordeste método de ensino cubano

Publicado no Blog de Jamildo


O Governo federal está intermediando um acordo entre Cuba e estados nordestinos para implementar nas escolas estaduais brasileiras o método de ensino praticado e desenvolvido pelos cubanos.
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Os professores brasileiros ainda não conseguiram aprender a técnica da ilha por alguns problemas, entre eles, a indisponibilidade de Cuba gravar as aulas em DVD, apenas em fitas VHS. "Os cubanos não tinham aulas gravadas em DVD só em vídeo", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad.
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Segundo Haddad, a metodologia é controversa e "completamente" diferente do que é praticado no Brasil. "Todos os métodos são polêmicos e esse é bem complexo. Ensina os alunos através de um método associativo de letras e números", afirmou.
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Além das vídeo-aulas, o governo brasileiro espera fazer um esforço de capacitação de professores que dão aulas em escolas nordestinas. "A idéia é trazer professores a Cuba e levar professores cubanos ao Brasil para realizar os treinamentos", disse o ministro enquanto estava em Havana durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ilha.
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Segundo o ministro da Educação, um dos governadores interessados no método é Jackson Lago (PDT) do Maranhão, que pediu pela mediação do Governo federal.
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Em Cuba não há estatísticas atualizadas da taxa de alfabetização, mas a ilha comunista diz ter erradicado o analfabetismo em 1961. O governo de Fidel Castro impulsionou uma campanha "Alfabetizemos" para levar estudantes ao interior do país para ensinar camponeses a ler e escrever.

Professor no "centro das atenções"

Em matéria publicada recentemente o Sr. Janguiê Diniz (diretor-geral da Faculdade Maurício de Nassau) inicia texto dizendo que os professores no Brasil estão no centro das atenções dos pais dos alunos, e que segundo levantamento (feito não sei onde) estes profissionais obtveram nota 8,6 no quesito qualidade de ensino.
E ainda, se os professores foram aprovados com boa nota, era de se esperar que os alunos também conseguissem aprovação, o que não acontece.
E por que os alunos não apresentam bom rendimento? Segundo este excelente "analista educacional" a culpa é transferida para o governo, comunidade, escola e para os próprios alunos de forma errônea, enquanto o professor pousa como vítima do processo.
Continua sua "magnífica" análise afirmando que apenas 9% do professorado brasileiro trabalha em várias unidades de ensino, 58% ensinam em apenas UMA escola de acordo com estudo realizado pela UNESCO, além disso diferentemente de outros profissionais, os trabalhadores em educação têm férias prolongadas, apossentadoria em regime especial, estabilidade no emprego e são faltosos no cumprimento de suas obrigações. Portanto, não procede o argumento que estes trabalhadores seriam massacrados com carga horária excessiva, vítimas de más condições de trabalho e de discriminação salarial, assim, destrói-se o mito de professor herói.
Ao fim da leitura do artigo (JC/Opinião,11/01/08) senti-me estarecida e enojada com tantas barbaridades proferidas pelo diretor J.Diniz. Parece-me que o mesmo fala de outra outra sociedade, outros profissionais, outro mundo que não o nosso. Totalmente fora da realidade brasileira, os estudos ora citados não dizem onde a pesquisa foi realizada nem o total de profissionais envolvidos no universo pesquisado.
Será que foi na Maurício de Nassau? Será que os professores dessa faculdade são todos bem remunerados, trabalham sob excelentes condições, com estabilidade empregatícia e gozarão de aposentadorias especiais?
Infeliz na sua péssima forma de examinar a conduta dos trabalhadores em educação, esse "neoliberal pensador" sr. Janguiê, merece total repúdio de toda a categoria (professores).
Resultado final: Janguiê Diniz ( nota zero) REPROVADO.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

SINTEPE - Uma direção cega, surda e muda


Incompetência dá nisso!

A Secretaria de Educação afirma que não fatará professor neste ano. Anuncia que convocará novo concurso para cerca de 1.700 vagas para suprir as necessidades na rede. Ainda prevalecem 5.088 contratos temporários, ou seja, o concurso não vai garantir que haverá professores suficientes.
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A Secretaria afirma ainda que os temporários atuarão em projetos como "Se Liga", "Acelera" e "Travessia". Mas não custa nada perguntar: por que, afinal, foram gastos tantos recursos nas "capacitações" de professores efetivos para a atuação nestes projetos? Foi tudo desperdício ou será que foi mais uma mera farra com dinheiro público? Vão torrar mais verbas na capacitação de professores temporários que não serão posteriormente aproveitados pela rede estadual?
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O gerenciamento de projetos milionários como estes requer transparência e quem está adiante de coisas assim deveria ter o mínimo de clareza quanto aos objetivos dos projetos. É absurdo imaginar que depois de tantos gastos já executados com as capacitações - realizadas em confortáveis hoteís -, tenhamos que verificar que tudo foi inútil e o processo tenha que ser reiniciado por pura falta de competência da Secretaria de Educação, que parece não saber o que fazer.

Os "sem-escola" e os "sem-salário"

Em matéria publicada no último domingo, 13 de janeiro, o Jornal do Commercio denunciou uma situação escandalosa: cerca de 120 mil crianças estão fora da escola. Isto significa que muitos futuros estão comprometidos, que milhares de jovens estão vivendo sob condições que favorecem a indigência e também a criminalidade.
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Falta escola para muita gente. As prefeituras demonstram incapacidade e incompetência para garantir o oferecimento de vagas para esta população excluída da escola, o que torna necessária a ação do governo estadual, mas o serviço de matrícula "0800" da Secretaria de Educação não dá conta deste problema e os discursos medidas maquiadoras não garantem nenhuma solução, sobretudo diante da situação degradante que impera em nosso sistema público de ensino.
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A matéria jornalística ressaltou que a situação dos professores é um grande aspecto da crise, pois os mestres recebem salários irrisórios e sequer foram bem atendidos durante a greve do ano passado. A secretária-executiva de Educação, a advogada Margareth Zaponi, limitou-se a reconhecer que salário dos professor é baixo. Ela reconhece? E dái? Queremos solução!
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É fácil reconhecer que ganhamos muito pouco, pois recebemos o pior salário do Brasil. QUEREMOS ALGUMA POLÍTICA SALARIAL PARA A CATEGORIA!

domingo, 13 de janeiro de 2008

"Centro de Excelência"

A Escola Tito Pereira de Oliveira localizada em Aldeia/Camaragibe (onde leciono) será Centro de Ensino Experimental e entrará em funcionamento em fevereiro de 2008. O boato circulou pelos corredores da escola no final do ano passado, digo"boato"porque ninguém sabia ao certo se a notícia era verdadeira ou não.
Os professores não haviam sido informados oficialmente sobre o Projeto, a expectativa, o falatório e a confusão generalizou-se.
Quarta-feira (7/jan.) soube através de uma colega de trabalho que estava acontecendo na escola (9 horas) uma reunião com a presença do pessoal de Secretaria de Educação, da GREE, alguns professores (convidados), o vereador Eduardo Napoleão e componentes da direção.
O assunto em pauta era à apresentação (por parte da direção) do Projeto (Centro Experimental) aos profesores presentes.
Alguns fatos deixaram-me desconfiada: Não fui convidada para o evento, enquanto isto o vereador (Eduardo Napoleão, que utiliza o espaço da escola para promover-se politicamente) estava lá, o encontro foi realizado em período de férias para os professores e, o "nosso" sindicato não estava presente.
Entrei em contato com outros colegas e soube que os mesmos, também não haviam sido convocados para a reunião ( houve seleção), liguei para o Sintepe registrando e denunciando o fato e fiquei sabendo que em outras outras Unidades de Ensino estavam acontecendo reuniões (tratando do mesmo assunto) sem o conhecimento do sindicato.
De acordo com a pessoa que atendeu-me, a instituição estava solicitando em caráter de urgência uma reunião com equipe de Secretaria de Educação cobrando esclarecimentos sobre tal fato.
Interessante, coisas dessa natureza acontecendo e o Sintepe nada sabe, assim, nada nos informa. Quando em plenária (após a greve) solicitamos (Oposição/Sintepe) ao sindicato, assembléias mensais a proposta foi derrubada, em discurso, o presidente da instituição defendia encontros apenas quando necessários ou seja, quando houvesse assuntos de interesse para tratar com a categoria.
E o que vem acontecendo não é de interesse para a categoria?
Ou será que os profissionais em educação estão satisfeitos com a disseminação das telessalas, as matrículas realizadas pelo 0800, o Piso Salarial que anda esquecido, as escolas desestruturadas que encontraremos no início das aulas, a implantação dos Centros Experimentais sem prévia discussão com os trabalhores em educação, alunos e comunidade?
Falta vontade política, parece-nos que a única preocupação da "nossa" entidade sindical no momento, é com a ida ao Congresso da CNTE em Brasília (17 a 20/ jan.)
Não dá mais para aceitar tanta omissão, o sindicato afirma ser contra uma série de medidas adotadas (ditadas) pelo governo para os trabalhadores em educação mas, não consegue impedí-las de serem implementadas.
Precisamos nos moblilizar e cobrar posturas concretas do sindicato em relação às questões que importunam a categoria. Só a mobilização fortalece a LUTA.
Estamos em ALERTA !

Pausa para rever um marco da publicidade brasileira

sábado, 12 de janeiro de 2008

A pergunta que não quer calar...

- CADÊ A DIREÇÃO DO SINTEPE?
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... vale chamar a atenção para mais um detalhe curioso: durante a greve, diretores do sindicato gabavam-se ao afirmar que realizavam "mais de uma assembléia por mês", porém, após a greve as assembléias gerais reunindo a categoria viraram atividades raras!

A campanha sobre o ensino técnico

Excelência no discurso

O Jornal do Commercio deste sábado, 12 de janeiro, traz uma matéria que ressalta os chamados “centros de excelência”, unidades escolares que destoam completamente da realidade das escolas públicas de nossa rede estadual. Estes centros oferecem uma estrutura diferenciada aos seus alunos do nível médio, com cargas horárias reforçadas, material didático, alimentação, aprimoramento profissional, enfim, tudo aquilo que falta para a grande maioria dos alunos da rede pública pernambucana. Estas “ilhas” num oceano de indigência são lustrosas demonstrações de que o ensino público poderia ser oferecido com qualidade. O problema é que esta qualidade não foi universalizada – o que, segundo a Secretaria de Educação, ocorrerá apenas em 2014 – e enquanto isso a maioria dos alunos terá que conviver com um turbulento processo de formação com falte de professores e de condições básica para o estímulo e possibilidade de aprendizagem.
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Fora dos centros de ensino que são festejados, as “telessalas” da Fundação Roberto Marinho seguem “acelerando” a formação de alunos à toque de caixa sem garantia de qualidade educacional e os magnânimos e burocráticos “educadores de gabinete” promovem alterações nas matrizes curriculares sem realizar o mínimo contato com os educadores legítimos que estão nas salas de aula. É preciso que a Secretaria busque explicar aos alunos da rede que não estão sendo contemplados pelos milagres promovidos nos centros de excelência o porquê desta segregação.
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Cabe fazer também questionamentos relativos à situação dos professores diante deste quadro. Como é mencionado na reportagem, os educadores que lecionam nos centros recebem remunerações que também destoam de seus colegas que trabalham no limbo da precariedade. Ora, o serviço não é mesmo? Ou será que a maioria dos professores, assim como os alunos que estão fora dos centros de excelência, também valem menos que os beneficiados pelo sistema de exclusão?
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O governo está alardeando a promoção de mudanças. E mesmo com o anúncio das mudanças que são aparentes, nada, absolutamente nada, é afirmado sobre a triste condição pernambucana de ter o pior salário de professores em todo Brasil. O governo tem algo a dizer a este respeito? E ainda há quem afirme que mudanças estão em andamento!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Era bom para se tornar realidade!!!!!

SOCORRO !!!

A "luz no fim do túnel" era um trem em sentido contrário!
No dia 08/01/2008 foi publicada pela Agência Câmara a matéria "Projeto submete material didático à análise do MEC". Recebemos com euforia essa notícia sobre o corajoso projeto da Deputada Alice Portugal (PC do B - BA), no qual as apostilas teriam de passar por uma avaliação do MEC antes de serem adotadas nas escolas públicas, assim como ocorre com os livros didáticos há mais de 10 anos. Para compartilharmos essa ótima notícia, repassamos a matéria por e-mail para conhecimento de todos.
A Editora Nova Geração há muito vem denunciando a falta de transparência no processo de compra de apostilas ou sistemas apostilados de ensino pelas prefeituras, com o dinheiro do Fundeb. São conhecidos vários casos de prefeitos Chupa-Cabras (aqueles que desprezam os livros didáticos fornecidos gratuitamente pelo MEC e “sugam” os cofres do município para comprar sistemas apostilados).
Acreditamos que livros e apostilas devam ser igualmente avaliados, inclusive pelos mesmos critérios. Por isso, o projeto da deputada tanto nos entusiasmou, e declaramos que finalmente havia uma “luz no fim do túnel”.
Mas qual não foi a nossa surpresa ao percebermos que a tal luz era de um trem… vindo na nossa direção! Na cabine, acelerando a locomotiva, estava ele: (PASMEM!!!) o Deputado tucano Paulo Renato Souza. De pronto ele se opôs (claro!) ao projeto da Deputada Alice Portugal e malandramente sugeriu que a "avaliação" dos sistemas apostilados seja aferida pelo SAEB e ENEM.
Cabe acrescentar que não nos causa estranheza a atitude do ex-Ministro da Educação Paulo Renato. Como todos sabemos, ele tem como principal cliente o grupo espanhol Santillana, que no Brasil é dono de 100% da Editora Moderna. Aliás, um dos produtos que mais receberam investimentos em marketing na Editora Moderna foi justamente o sistema apostilado de ensino Uno Público - apostilas caras e de qualidade duvidosa, que têm simplesmente o objetivo de substituir os livros didáticos gratuitos fornecidos pelo MEC.
Se tivesse um mínimo de ética, por explícito conflito de interesses, Paulo Renato deveria abster-se de votar e legislar em causa própria ou em nome de seus representados. Mas, infelizmente, prefere pilotar seu “trenzinho” de interesses do grande capital internacional rumo ao lucro, sem freios, atropelando o que lhe vem à frente, mesmo que seja a qualidade da Educação ou o sonho de vermos um Brasil melhor e mais justo. Editora Nova Geração

O povo no aperto!


A educação púbilica está arruinada; a saúde pública, com ou sem CPMF, vive em crise crônica; os salários dos trabalhadortes não suportam arcar com as necessidades mais básicas e a bandidagem ronda soberba nas ruas inseguras e nos protegidos círculos (ou circos?) políticos.
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Agora o cartel do transporte coletivo e a governista EMTU oficializaram mais um aumento nos preços das passagens. O serviço, como todos sabem, é criminosamente precário e as empresas rodoviárias atuam como querem diante de um governo inerte que não assume nenhuma postura em defesa dos usuários.

S.O.S.


Funcionamento precário


Muitas das tentativas de envio dos dados para o recebimento dos jornais não dão em nada, pois o "login" simplesmente não funciona. Exige-se que a matrícula e o CPF dos professores sejam preenchidos para que a atualização dos dados seja cumprida, mas muita gente reclama que o procedimento não está dando certo.
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É informado no site da Secretaria de Educação que nos casos de erros ou diante da impossibilidade de efetivar o login, deve-se entrar em contato via eletrônia, mas talvez isso não adiante, pois ninguém responderá seu e-mail - isso é o que tem ocorrido!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

CADÊ A DIVULGAÇÃO DAS FINANÇAS DO SINTEPE?

Essa história de que o povo brasileiro sofre de amnésia é balela. Não podemos generalizar. Eu, por exemplo, lembro-me muito bem quando uma das reivindicações do professorado em assembléia em tempos de greve em 2007 foi de que o SINTEPE colocasse no sítio da entidade os números dos gastos com as atividades, divulgação e etc. Uma coisa me deixou um tanto quanto curioso e me leva a fazer uma pequena e simplória pergunta: por que o SINTEPE não publica o montante gasto com as atividades do sindicato, por que não há uma prestação de contas, haja vista que um órgão de classe "tão conceituado", representante de uma das classes mais sofridas do funcionalismo público em Pernambuco deveria manter a transparência para com o numeroso efetivo que representa?
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Gostaria de lembrar que o sindicato não se faz para uns poucos beneméritos e sim para toda constelação de trabalhadores, que arduamente vêm desenvolvendo suas atividades e lutando pela constituição de uma educação mais justa para todos, ou seja, para aqueles que lhes dão operacionalidade e para aqueles também, que recebem os benefícios dela.
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A falta de visibilidade quanto aos gastos do sindicato deve ser corrigida para que nós professores e todos aqueles envolvidos em educação no Estado de Pernambuco possamos analisar como é aplicado os recursos destinados à entidade.
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Já que não há uma transparência por parte da secretaria de educação quanto às decisões de assuntos que deveriam ser discutidos com a classe, pelo menos a entidade que nos representa deveria rumar no sentido contrário, mostrando com clareza o trabalho desenvolvido, que recursos foram canalizados para determinadas áreas de atuação do sindicato.

Projeto submete material didático à analise prévia do MEC

UFA! ATÉ QUE ENFIM!!!
Finalmente, uma luz no fim do túnel !!!


Agência Câmara - Elton Bomfim 8.1.2008 10h55
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O uso de recursos do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb) para a compra de material didático-escolar deverá ser subordinado à avaliação prévia do Ministério da Educação (MEC). É o que determina o Projeto de Lei 1645/07, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que altera o artigo 70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei 9.394/96). A deputada explica que, em alguns estados e municípios, o material didático fornecido pelos programas do governo federal vem sendo recusado, ou ignorado, e substituído por apostilas que, em sua avaliação, muitas vezes têm conteúdo precário. Além disso, segundo a deputada, essas apostilas são adquiridas por contratos ou licitações nem sempre transparentes, e a custo excessivamente elevado. Opção de escolha Pela lei vigente, estados e municípios podem usar recursos do Fundeb para comprar material didático, a despeito de a União já manter programas com essa finalidade. Trata-se de uma prerrogativa legítima e coerente com a concepção de autonomia, diz Alice Portugal, pois a escola que considera os livros do MEC inadequados para o seu projeto pedagógico precisa ter a opção de escolher seu próprio material didático. "Contudo, é inadmissível que esse material, comprado com recursos públicos do Fundeb, não seja avaliado pelo MEC", alerta a deputada, explicando que o objetivo do projeto de lei é apenas "corrigir esse equívoco". Tramitação Sujeito à análise em caráter conclusivo, o projeto será examinado pelas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Íntegra da proposta: --- PL-1645/2007
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Postado pela editora Nova Geração e retransmitido por José Alberto

AS APARÊNCIAS NÃO ENGANAM

A Secretaria de Educação está planejando um mega-projeto de engenharia nas unidades escolares. É claro que nossas escolas precisam ser dotadas de boas instalações físicas, porém está em curso algo que vai além desta intenção.
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As novas “propostas” (a nossa gestão tem dado uma nova conotação à palavra) de remodelação visual das escolas estaduais levantam algumas dúvidas. O documento que trata das inovações ressalta em sua introdução que a pretendida remodelação contempla o uso das cores da bandeira pernambucana, usadas também na programação visual do governo Eduardo Campos. Mas esta não é uma mera coincidência, pois o projeto visual incorpora aspectos que sugerem nitidamente elementos que fazem parte da produção gráfica publicitária da gestão estadual. O lero-lero sobre a “pernambucanidade” e a “alegria” contidas nas cores e no visual não passam de argumentação vazia.
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A idéia de sugestão é derrubada através da noção de que o visual representa a implantação de um visual único, um padrão de programação visual a ser adotado nas escolas gradativamente. Não é negado que a proposta é adotar as “tonalidades da logomarca governamental”, ressaltando que o projeto tem uma intenção clara de usar as unidades escolares como indevidos instrumentos de propaganda.
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Cada um dos detalhes físicos das escolas deverão estar alinhados e harmônicos ao projeto propagandístico e tamanha adaptação estética terá um custo monetário que a Secretaria de Educação precisa revelar para a sociedade pernambucana.
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Enquanto isso, propostas vazias em torno das questões essenciais são alardeadas e outras questões importantes sequer são tratadas pelo governo, a exemplo da remuneração dos professores que recebem o pior salário do Brasil.
Confira abaixo algumas imagens
Sala de aula governista

Escola atualmente (acima)
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Escola-propaganda (as duas imagens acima)

Escola atualmente (acima)

Escola "repaginada" (acima)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Nova enquete


Faça sua avaliação sobre a gestão da Secretaria de Educação. A nova enquete está na barra esquerda!

Resultado da enquete

Desde o início agosto do ano passado, veiculamos uma enquete questionando entre se os visitantes do blog confiavam na direção do Sintepe. O prazo da enquete foi finalizado e eis o resultado de 457 votos:
  • 402 votos para "não confio" (87,9%);
  • 26 votos para "confio totalmente" (5,8%);
  • 20 votos para "confio parcialmente" (4,4%);
  • 9 votos para "sou indifirente" (1,9%)

... enquanto isso!


Antes que perguntem onde está a direção do Sintepe, cabe ressaltar que as nossas "lideranças" sindicais estão em recesso, conforme informação indicada no próprio site da entidade. Não há nada contra o recesso, mas será que toda a direção deveria estar em recesso ao mesmo tempo?

A química da inoperância

Ainda sobre a nova formulação da matriz curricular, mais um registro precisa ser notado: as aulas de Química e Física também foram afetadas. A carga-horária de cada uma das disciplinas era de 320 horas-aula ao longo do Ensino Médio e segundo a modificação determinada pela Secretaria, a nova carga-horária será de 280 horas-aula. Estas disciplinas já são oferecidas precariamente, pois faltam professores e laboratórios, agora faltará também tempo para ensinar seus conteúdos!
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Será que esta redução buscou encobrir a carência de professores da área?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Mais (sempre mais) atropelos da Secretaria de Educação

A UPE (Universidade de Pernambuco), que faz parte da estrutura de nosso Executivo estadual, recentemente anunciou que realizará vestibular seriado, ou seja, aplicará seus testes de seleção ao longo dos 3 anos da formação do Ensino Médio, com avaliações realizadas em três fases - provas em cada série do ciclo. Além desta medida, a universidade está inovando ao incluir provas de Filosofia e Sociologia em seu programa. Os conteúdos para todas as provas em cada série também já foram definidos.
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A Secretaria de Educação, que também faz parte da estrutura de nosso Executivo estadual, segue um caminho completamente diverso. Além de não ser inovadora em nada, quando opera alguma mudança, piora a situação! Em rota completamente distinta da UPE, promoveu uma modificação da matriz curricular que reduz a carga-horária das disciplinas de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio. E além disso, confinou estas disciplinas em séries definidas: Filosofia será oferecida no 2º ano e Sociologia no 3º ano. Os alunos da rede estadual não estarão devidamente preparados para participar do vestibular seriado, pois estas disciplinas não serão oferecidas ao longo de todas as séies do Ensino Médio.
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O sr. Danilo Cabral é Secretário da Educação e não entende de educação, o que é fato público e notório. Sua "equipe técnica", pelo menos, deveria entender do assunto, correto? Mas, diante de coisas deste tipo, o que deveríamos concluir?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

NOVAS MATRIZES CURRICULARES

Os magnânimos gênios pedagógicos que operam milagres de insensatez na Secretaria de Educação são incansáveis. Enquanto os educadores de ofício (aqueles que não trabalham em gabinetes isolados, mas em salas de aula de verdade) estão em férias, os nossos surpreendentes magos da pedagogia brindam a todos com mais uma obra desenvolvida sem a menor interação e diálogo com a categoria. Trata-se da nova trama “criativa” e “modernosa” escondida por trás das Matrizes Curriculares de Referência recentemente divulgadas pela Secretaria de Educação.
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Os documentos apresentam reformulações na distribuição das cargas-horárias e institui (ou “sugere”?) novas disciplinas que deverão integrar os currículos das escolas. As chamadas “Ciências Humanas e suas tecnologias” foram possivelmente as mais comprometidas pelas mudanças. No Ensino Fundamental, por exemplo, disciplinas como História e Geografia tiveram suas já precárias cargas-horárias diminuídas para 320 horas-aula, correspondendo a apenas duas aulas semanais em cada série do ciclo (até o último ano letivo a carga-horária era de 480 horas-aula, distribuídos em 3 aulas semanais). Embora sem definição de carga-horária, o campo das Ciências Humanas acabou comportando a disciplina de Ensino Religioso, cuja matrícula é facultativa mas o oferecimento é obrigatório – situação curiosa num Estado de educação laica.
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A instituição da chamada “Parte Diversificada” do currículo escolar merece alguma apreciação crítica. Apontam-se como “sugestões” de disciplinas: Educação, Direitos Humanos e Cidadania, Educação e Trabalho e História da Cultura Pernambucana. Estas disciplinas propostas são certamente valiosas, porém serão oferecidas retirando carga-horária de outras – História e Geografia. Ocorre, porém, que muitos dos conteúdos que poderiam ser tratados pelas disciplinas propostas já estão contidos nas disciplinas que tiveram parte de suas cargas-horárias suprimidas. Lamentavelmente, os “iluminados” educadores de gabinete não acompanham as recentes publicações didáticas nem sabem como temas transversais foram sendo incorporados ao teor da História e Geografia na sala de aula. Não sabem que um tema como cidadania, por exemplo, pode ser vivenciado em qualquer disciplina sob as mais variadas perspectivas durante todo o ciclo de ensino e, em especial, a disciplina de História já cumpre significativo trabalho de incorporação do tema ao longo de seu currículo regular. Não sabem tais “autoridades pedagógicas” que a Educação Ambiental é fundamento recorrente trabalhado pela Geografia e também pela disciplina de Ciências.
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Fora estas observações pontuais, cabem alguns questionamentos. O que fazer na disciplina de Educação? A Secretaria propõe uma disciplina sem estabelecer um nexo mínimo para ela? Quais os critérios para a deliberada supressão apontada na carga-horária de História e Geografia? A Secretaria arcará com o ônus da impossibilidade do cumprimento dos programas de História e Geografia? Estas novas disciplinas seriam ministradas pelos professores cujas cargas-horárias de suas disciplinas de formação foram reduzidas? A Secretaria disponibilizaria material didático para as novas disciplinas? A Secretaria promoveria treinamento para que as novas disciplinas pudessem ser ministradas ou pretende que tudo ocorra ao sabor do improviso?
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Quanto ao Ensino Médio, as novidades também são repetitivas, pois a criatividade dos “pedagogos de proveta” se limitou a propor as mesmas novas disciplinas – prova que até para sugerir é necessário empenho. Novamente as Ciências Humanas sofreram perda. Sociologia ficou restrita ao 3º ano (2 aulas semanais) e Filosofia só será ministrada no 2º ano (2 aulas semanais), persistindo também Ensino Religioso.
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Nossos “magos” da pedagogia vazia deveriam eles próprios buscar uma atualização das disciplinas escolares e verificar que este engodo curricular é uma farsa. Também poderia ser considerada seriamente a discussão de ampliação da jornada escolar, viabilizando não apenas a possibilidade de inclusão de disciplinas como a distribuição adequada de cargas-horárias.
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Confira nas postagem abaixo as matrizes (clique na imagem para ampliar)

MATRIZ CURRICULAR - MÉDIO


MATRIZ CURRICULAR - FUNDAMENTAL


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Já começou errado ! (II)

A matrícula das escolas públicas feita pelo 0800, foi inicialmente um desastre. Quem tentou ligar ouviu do outro lado da linha uma velha gravação informando que as matrículas teriam início à 6 de janeiro. Após a verificação e correção da falha, a agonia de pais e alunos permaneceu, o congestionamento no sistema frustou a expectativa de muitos em garantir uma vaga na rede. Tal modelo de matrícula tem se mostrada falho mas, o Secretário de Educação (Danilo Cabral) insistiu em copiá-lo do governo passado atestando assim seu desconhecimento sobre a realidade dos alunos e da escola pública.
Em 2007 vários alunos que não conseguiram matricular-se em escolas próximas às residências dos mesmos, aceitaram ficar em qualquer Unidade oferecida pela rede. Resultado: muitos desitiram, pois o afastamente entre a casa e a escola obrigava-os a deslocar-se à longa distância(caminhando) ou, ao pagamento de passagens diárias.
Certamente, este fato veio a contribuir para os elevados índices de evasão observados em quase todas as escolas estaduais, o que motivou a junção de turmas, mesmo no final do ano letivo.
Este desmantelo é apenas um pouco do que enfrentaremos no decorrer de 2008. Preparemo-nos para o PIOR.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Já começou errado!

2008 está iniciando com as matrículas na rede estadual. Novamente o catastrófico sistema de matrículas por telefone está sendo adotado. Este é um péssimo sinal de que parece que pouca coisa vai mudar neste ano em relação à educação pública pernambucana.
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Por falar em mudança, algum sinal de que haverá alguma política de correção salarial para os trabalhadores em educação neste ano?
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Com exceção da patética proposta de pagamento de um ridículo 14ª salário para os professores, o governo ainda não se pronunciou a respeito da implementação de medidas que visem o oferecimento de melhorias na remuneração de seus mestres.
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2008 promete muito engodo!