domingo, 27 de abril de 2008

Aprovação remunerada

A política educacional do governo de São Paulo, do tucano José Serra,
é um modelo de encanta a Secretaria de Educação de Pernambuco
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A mania de adotar qualquer tipo de "novidade" como salvação para nossa educação é responsável por certos modismos que despontam como verdadeiros milagres. Uma dessas novidades é a idéia de bonificar os professores de acordo com o desempenho dos alunos, ou seja, as notas dos alunos influirão sobre os salários dos professores. É uma lógica segundo a qual a escola e certas unidades produtivas funcionam da mesma forma, logo, se oprerários em linhas de produção ou vendedores em shopping centers podem receber comissões ou prêmios por produtividade, então por que professores também não deveriam trabalhar da mesma forma?
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Os defensores destas teses simplistas esquecem de algo elementar: e educação não é um processo simplista! Os resultados obtidos pela "produtividade" da educação dependem de uma grande diversidade de fatores, o que diferencia substancialmente o ato de educar do ato de vender um par de sapatos. Os ditos "ideólogos" da educação que pregam este tipo de absurdo não verificam estas diferenças seja por negligência ou por defender uma séries de posturas muito questionáveis quanto aos interesses que baseiam suas idéias.
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Sabemos que a Secretaria de Educação está pregando uma postura que defende a remuneração conforme o atendimento de metas. Ainda não há clareza sobre o que andam preparando a este respeito, afinal, não é comum haver clareza em nossa Secretaria de Educação. Existe o rumor da proposta vaga de pagamento do inútil 14º salário, mas nem sobre isso há objetividade nas informações. Não há como duvidar que, além de não pretender mudar a condição salarial do estado - que paga o pior salário do Brasil -, nossos mandatários são perfeitamente capazes de colocar em prática as políticas mais desvairadas de (des)valorização dos profissionais da educação.
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Abaixo, confira uma matéria da edição mais recente da Revista Época sobre o modismo patético da remuneração conforme os índices de notas positivas dos alunos.
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O PROFESSOR DEVE GANHAR DE ACORDO COM A NOTA DOS ALUNOS?
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Em qualquer país que pretenda melhorar a qualidade da educação, o trabalho do professor deve estar no centro das atenções. (...) A formação que eles recebem é suficiente? Como avaliar sua aula? O professor deve ganhar de acordo com o desempenho de sua turma?
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Esta última questão é a polêmica da vez. Desde que o governo federal estabeleceu metas de desempenho para as escolas, Estados e municípios desenvolvem meios de incentivar os professores. São Paulo promete bônus aos que aumentarem o desempenho de seus alunos. Minas Gerais incorporou o critério na progressão salarial da categoria. As medidas geraram um racha entre especialistas. Alguns argumentam que elas podem atrair os melhores profissionais para as escolas. Outros dizem que a pressão por notas vai piorar a qualidade do ensino.
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Para aprofundar a discussão, ÉPOCA promoveu um debate conduzido por especialistas. A favor da remuneração por desempenho argumentou Eduardo Andrade, professor do Ibmec São Paulo e especialista em economia do setor público. Miguel Arroyo, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Nacional de Educação, criticou a medida. O principal ponto de discordância foram os modos de avaliar a atuação do professor. Para Andrade, as avaliações nacionais permitem identificar quem são os bons e maus profissionais. A partir desses resultados, ele defende uma política de incentivo e punição por meio do salário. Arroyo argumenta que esses exames não medem todas as competências trabalhadas em aula. E diz que esse tipo de classificação vai criar novos problemas para um trabalho que já enfrenta muitos obstáculos.
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A maioria dos internautas concordou com ele. O "não" ganhou com 69% dos 547 votos. O principal argumento é a falta de condições de trabalho nas escolas. "O desempenho dos alunos depende de uma série de fatores que vão além do empenho dos professores", afirma Lucileia dos Passos, de Guarujá, São Paulo. "A falta de qualificação, os baixos salários e as escolas depredadas fazem cair a qualidade do ensino. Premiar alguns aumentará a desmotivação geral", diz Emerson Pessoa, de Florianópolis, Santa Catarina. Parece que, antes de cobrar dos professores, o Brasil tem uma lição de casa a entregar.
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MIGUEL ARROYO: “Essa medida cultua uma visão negativa dos professores e tenta comprar seu compromisso. Para melhorar o ensino, seria mais respeitoso partir dos avanços na profissionalização do magistério, que teve o movimento docente como agente principal


sábado, 26 de abril de 2008

Educação e relativismo

O texto abixo foi publicado na seção de opiniões do Diário de Pernambuco do dia 25 de abril dete ano. Vale a pena ler e considerar estas reflexões ao avaliar sobre as inúmeras tendências "renovadoras" da educação.
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EDUCAÇÃO E RELATIVISMO
Gilvandro Coelho
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A viagem do Papa Bento XVI aos Estados Unidos, a sua recepção no aeroporto pelo presidente daquele país, como homem de fé, a quem pediu que recomendasse a Nação em suas orações; as visitas à ONU e ao canteiro de obras das Torres Gêmeas, com reiterados apelos pela paz entre as nações, são fatos que nos ajudarão a entender problemas atuais, como as divergências entre Oriente religioso e Ocidente relativista.
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O Pontífice, disse George Bush, encontrará uma Nação desenvolvida e "imbuída de compaixão" que acredita estar dando um tratamento adequado aos mais débeis e mais vulneráveis e crê que a vida humana é sagrada. E para logo explicou: necessitamos de uma mensagem de esperança que identifique a verdadeira liberdade e não pense que esta só existe em benefício próprio, mas deve repousar no apoio mútuo. Precisamos rechaçar a ditadura do relativismo e acolher uma cultura de justiça e verdade.
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Assim, convém relembrar cinco expressões freqüentes dessa ditadura do relativismo. Aproveitaremos a síntese e a crítica do jornalista espanhol Eulogio López (site catholic net): O primeiro e mais importante porque a todos engloba: "Nada é verdade, nem nada é mentira, pois tudo depende da cor do cristal com que se olha". Isto significa que não há verdades absolutas... Menos esta que, por si, já constitui dogma aniquilador.
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O segundo: "É proibido, proibir". Assim, há algo que se está proibindo proibir conforme o lema de uma geração francesa que permanece no poder, sem querer abandoná-lo. Se proibirmos proibir, há algo que se está proibindo: proibir.
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O terceiro: os dogmas são inadmissíveis. Salvo, certamente, o que acabo de enunciar: indemonstrável e de aplicação forçada. Em qualquer situação, o homem sempre parte de um dogma para concluir usando os métodos indutivo ou dedutivo para o raciocínio.
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O quarto: toda idéia, princípio ou crença é respeitável. Todas, não porque a que acabo de enunciar vale muito mais do que qualquer outra.
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E o quinto: eduquemos em liberdade. Isto é impossível porque se concedermos liberdade ao aluno para rejeitar a educação, seguramente ele optará pela liberdade de não educar-se, sobretudo porque a educação exige que se esforce para aprender.
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Concluindo, o homem não pode ser contraditório. Portanto, precisa ser educado e se manter bem informado para não acreditar que há povos bons e maus, mas existem governos e regimes políticos que não alimentam uma cultura de justiça e verdade.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Piso ou pisoteio?

Observações interessantes sobre a tramitação do piso salarial e sua implantação em Pernambuco estão no Acerto de Contas. Clique aqui e leia.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A vigilância digital começou


Enquanto a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro está distribuindo laptops para os seus professores (leia a notícia aqui), a nossa está utilizando a informática para vigiar e intimidar os educadores. Já está em vigor a divulgação dos horários de aula na internet - clique aqui e vigie. Isso é que é diferença de concepção de inclusão digital!
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Será que também teremos condições de acompanhar algum dia a freqüência ao trabalho dos auditores da Fazenda, dos procuradores do Estado e até mesmo dos tecnocratas da própria Secretaria de Educação?

terça-feira, 22 de abril de 2008

A educação pública de Recife

Foi publicado no Blog de Jamildo um interessante texto sobre a falta de investimentos da administração de João Paulo na educação. Clique aqui e confira.

Professores debatem piso salarial nacional em audiência pública na Câmara

Clique aqui e leia notícia no Acerto de Contas.

Pernambuco entre o virtual e a realidade

A educação pernambucana está em evidência em função de dois aspectos: um deles é virtual e o outro é realista. O virtual é aquele que é apresentado como se fosse uma ação universal: as raras escolas em tempo integral que recebem tratamento diferenciado porque chamam a atenção de maneira conveniente ao governo - e mesmo que o governo cumpra sua meta de ampliar o número destas escolas, elas continuarão raras no universo de mais de 1.000 unidades educacionais em nossa rede estadual. O aspecto realista desmonta o virtual e é exatamente o triste e vergonhoso papel que Pernambuco representa na Federação como o pior pagador de salários para seus educadores. É uma contradição que serve para demonstrar que falta uma visão séria sobre o que é investir em educação.
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Debate exibido na Globo News tratou da experiência realizada em Pernambuco com as escolas em tempo integral - clique aqui para assistir. Os participantes do programa elogiaram a idéia, mas não falaram nada sobre o que se passa na rede estadual fora das escolas que servem de vitrines para a propaganda do governo - evidência da falta de visão ampla sobre o tema.
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É necessário esclarecer que o projeto em si é bom, mas não será a salvação de nossa educação enquanto continuar sendo uma política isolada, afinal, os vários problemas que assolam nosso sistema público de ensino merecem atenção independente dos holofotes propagandísticos. A questão salarial dos professores é um dos fatores que correm à margem das políticas educacionais do governo - e vale ressaltar que não há política educacional digna de respeito ou destinada ao êxito se a valorização do professorado não for contemplada.
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Enquanto os professores continuarem sendo vistos como coadjuvantes passivos de todo o processo, a educação receberá sempre um tratamento falho ou débil pelo Poder Público e prevalecerão políticas educacionais inconsistentes.

domingo, 20 de abril de 2008

Curiosidade

Encontrei uns arquivos curiosos na internet (viva o Google!): relatórios produzidos por uma consultoria em mídia retratando o saldo de notícias relativas à Secretaria de Educação durante períodos pesquisados - a SE é contratante da empresa em questão. Verificando tais relatórios, as notícias negativas predominam. Por que será?
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Clique aqui e confira um exemplo (há alguns outros relatórios semelhantes na internet).

Secretário diz que resultado reflete problema histórico

Publicado no JC e no Blog de Jamildo neste domingo (20/04)
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O secretário de Educação de Pernambuco, Danilo Cabral, diz que o baixo desempenho das escolas estaduais no Enem é reflexo do acúmulo de problemas que a rede estadual vem sofrendo ao longo dos anos.
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“O resultado do Enem não nos surpreende, pois ratifica outras avaliações. No ensino médio temos 70% dos alunos com distorção idade-série. Dos 360 mil estudantes nesse nível, 260 mil estão atrasados em relação à idade.”
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A recuperação na estrutura física dos colégios, a implantação de projetos para correção da distorção idade-série, a reforma nas matrizes curriculares e a distribuição de material didático são iniciativas do governo para melhorar os indicadores educacionais do Estado. Promessa de campanha do governador Eduardo Campos, o número de escolas em período integral deve aumentar até 2010.
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Em 2006 eram 13 unidades, ano passado foram criadas mais sete e, este ano, há mais 31, totalizando 51 colégios. Dos 31 instalados em 2008, 13 estão com aulas durante todo o dia e 18 com jornada ampliada, o que significa que, duas vezes por semana, os alunos ficam os dois turnos na escola. “Nossa meta é chegar até 2010 com 60 escolas integrais”, afirma.
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No segundo semestre, a educação profissionalizante deve ser incorporada a algumas dessas unidades. Estudo identifica as vocações de cada região e as parcerias que precisam ser firmadas para viabilizar a oferta do ensino profissional associado ao ensino médio.

Enem expõe ensino público em Pernambuco

Publicado no JC e no Blog de Jamildo neste domingo (20/04)
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Menos de 10% das escolas da rede estadual, cujos alunos ou ex-alunos participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), obtiveram nota igual ou superior à média nacional, que foi de 51,27.
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Em Pernambuco, foram avaliados estudantes de 673 colégios nas 184 cidades do Estado. Não chega a 50 o número de estabelecimentos que somaram 50 pontos ou mais. O baixo desempenho foi constatado pelo Jornal do Commercio, a partir das notas divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC) que disponibilizou o resultado do exame por escola e por município.
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A Escola Trajano de Mendonça, localizada no bairro de Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, teve a maior nota do Estado, com 54,38. A média mais baixa, 32,19, ficou com a Escola Presidente Costa e Silva, situada no município de Chã de Alegria, na Zona da Mata. Por terem metodologias de acesso ou de trabalho diferenciadas, foram excluídos do ranking o Colégio da Polícia Militar de Pernambuco, os Centros Experimentais Ginásio Pernambucano e de Bezerros, a Escola do Recife e os Colégios de Aplicação de Nazaré, Garanhuns e Petrolina, esses quatro últimos vinculados à Universidade de Pernambuco (UPE).
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Ao se comparar o desempenho das escolas estaduais com as unidades privadas, é possível observar a grande lacuna existente entre as duas redes. O colégio particular de Pernambuco melhor colocado somou 78,22 pontos, quase 24 a mais que a melhor escola estadual.
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Para o diretor-adjunto da Escola Trajano de Mendonça, Ranieri Siqueira, a receita para o bom desempenho está na disciplina, no corpo docente comprometido e qualificado e na boa relação com alunos e suas famílias. Com 1.584 estudantes dos ensino fundamental e médio, além da educação especial, a unidade de ensino dispõe de biblioteca e auditório. Tem também laboratórios de informática e de ciências, sem uso por falta de pessoal ou de qualificação dos professores.
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“Meu pai pensou em me transferir para uma escola particular, mas eu não quis. Gosto de estudar aqui. O ensino é excelente, os professores gostam de ensinar e a direção sabe ao mesmo tempo ser exigente e amiga dos alunos”, afirma Luth Vinícius, 19 anos, aluno do 3º ano. Professor da escola há 15 anos, Geraldo Baracho também leciona na Escola do Recife. Apesar de ambas serem estaduais, ele diz que as realidades são bem diferentes. “Nos preocupamos com o aprendizado do aluno. Mas falta o Estado valorizar mais nosso trabalho, pagando melhores salários”, diz Geraldo.
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Na escola estadual com o desempenho mais fraco, em Chã Grande, a maior queixa dos alunos é a falta de professores, situação que a diretora, Isabela Souza, confirma existir. “Tem professor que falta muito”, diz Daniele Monaly, 15, do 2º ano. “Várias vezes eles chegam atrasados”, conta Micilene Rodrigues, 13, da 8ª série. “Tem alunos preguiçosos, mas há também professores que não se esforçam para dar uma boa aula”, complementa Elma Cristina, 14, do 1º ano.
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Para a professora Maria Moreira, a realidade da escola é a mesma de muitas outras da rede. “O laboratório de informática não funciona. O acervo da biblioteca é ruim. A maioria dos nossos alunos do 3º ano trabalha e estuda à noite. Muitos têm dificuldade de conciliar escola e trabalho e só querem o diploma do ensino médio. Nem papel para imprimir provas nós temos”, observa Maria. “Estamos cada vez mais desestimulados, mas nem por isso deixamos de fazer nosso trabalho. Acredito na escola pública, mas tem que haver mudanças para que nosso alunos aprendam de fato.”
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Leia também:

Delírios

Do site da Secretaria de Educação:
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"O secretário Danilo Cabral acompanha o governador Eduardo Campos no 7º Fórum Empresarial, que acontece até segunda-feira (21), no Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, município de Una, na Bahia. Eles fazem parte do grupo de 700 lideranças políticas e empresariais que vão discutir a crise da educação pública no Brasil.
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O ministro da Educação, Fernando Haddad, o das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima também participam das discussões junto a importantes empresários brasileiros, como Márcio Cypriano, presidente do Bradesco; Roger Agnelli, presidente da Vale; Jorge Gerdau, do Movimento Brasil Competitivo; e Viviane Senna, presidente do IAS (Instituto Ayrton Senna). Viviane, inclusive, na sua palestra de abertura fez referência à política de educação de Pernambuco e ao trabalho de gestão baseado em resultados, desenvolvido pelo secretário Danilo Cabral. Segundo ela, o plano de trabalho de do Estado é um exemplo para o Brasil. O Fórum é promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide)".
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Esse pessoal jura que está falando a verdade, mas nada daquilo que afirmam possui nexo com a a realidade. Viviane Senna, uma autoridade de última hora sobre educação, deve estar em um estágio de surto delirante, afinal, ela está elogiado algo que simplesmente nem existe! Enquanto este dito evento ocorre, o dia-a-dia contradiz todo o falatório vão e ilosório de todos estes alienadores. Estes ditos "líderes" vão continuar fingindo que se importam com a educação pública, mas a crise passa muito longe deles.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

... e por falar em improviso!

O Diário de Pernambuco de hoje noticiou a nova seleção para professores temporários que está sendo realizada pela Secretaria de Educação. O texto salienta que as vagas abertas não conseguem ser preenchidas (afinal, considerando o salário pago nem é difícil imaginar a razão) e informa a solução apresentada pela Secretaria de Educação: contratar profissionais não habilitados para o magistério.
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O que já era escandaloso virou motivo de preocupação por outro motivo: o comentário feito pela senhora Ivoneide Dantas, superindendente de ("sub")desenvolvimento de pessoas da Secretaria de Educação (o nome do cargo é pomposo, pelo menos isso!), ao afirmar que a contratação de profissionais não habilitados não é nada demais. Disse a representante da Secretaria de Educação: "Isso não compromete a qualidade. Primeiro porque é contrato temporário. Depois, porque todos vão receber capacitação sobre direitos dos alunos, conteúdo programático e manejo de sala de aula antes de começar a atuar", que alívio, hein?!
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Como não custa nada refletir sobre certos discursos e argumento, então:
  1. A afirmação da senhora Ivoneide Dantas é um desrespeito frontal aos profissionais (professores ou não) que assumirem a função, pois ela evidencia a condição descartável destes trabalhadores, afinal - como ela mesma afirmou com certo desdém -, "são temporários"!
  2. Os profissionais não habilitados que porventura venham a ser selecionados serão instruídos em quanto tempo sobre os direitos (sem obrigações?) dos alunos? Eles ainda precisarão conhecer a dinâmica da sala de aula, os conteúdos e, enfim, todo o conjunto de práticas e procedimentos que os professores habilitados adquirem em anos de formação e experiência. Quem vai oferecer esta formação complexa em tão pouco tempo? Os gênios pseudo-pedagógicos da Secretaria de Educação? Duvido!
  3. Por fim, antes de defender algo tão absurdo, cabe uma consideração para a senhora Ivoneide Dantas e quem mais achar tão natural esta idéia insólita: quando é necessário, por exemplo, realizar um tratamento dentário seria importante saber que o profissional que faz tais procedimentos técnicos seja alguém devidamente habilitado no ofício odontológico, certo? Que tal escancararmos nossas bocas e arriscar o tratamento com, digamos, um técnico em refrigeração? Quem se arrisca? Mas educar é algo tão fútil e educação é tratada como coisa sem importância ao ponto em que os gestores públicos acham que não há lilmites, vale tudo e por isso lançam mão das idéias descabidas como essa. Os filhos dos autores e defensores destas medidas não freqüentam escolas públicas, logo, eles sabem que a educação de seus entes tão queridos não será objeto de ações insanas. É fácil arriscar o futuro dos outros!

Improviso é a lei!


Esta preciosidade acima é a orientação para o registro improvisado das notas dos alunos nos diários de classe. Como todos sabem, a partir deste ano as avaliações voltarão a ser registradas conforme o sistema de notas. Até aí nada demais, porém a adoção da mudança está ocorrendo de forma completamente atrapalhada. Os malabaristas e alquimistas educacionais da Secretaria de Educação não sabem como funciona a rotina dos professores, logo, não devem ter notado o quanto seria caótico implementar uma modificação desta magnitude de qualquer jeito, como verdadeiros amadores. Então em pleno transcorrer do ano letivo modificaram tudo e lançaram uma proposta absurda e inviável, prescrevendo uma quantidade grotesca de avaliações por unidade letivas bimestrais, transformando os professores em meras máquinas de corrigir e passar vistos que passariam mais tempo registrando notas do que preparando ou ministrando suas aulas.
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Incompetência tem limite, então refizeram os planos e lançaram outra proposta (as reclamações dos realistas devem ter sido inúmeras), que tornou-se oficial, definindo que em cada unidade letiva deverão ser aplicadas e atribuídas duas notas, uma delas referente ao conjunto de atividades avaliativas do bimestre e outra uma prova contendo aquilo que foi estudado no período. Ocorre que, considerando o primarismo amador de quem decide sobre coisas tão relevantes, os diários de classe são os mesmos que havis sido projetados para o sistema de avaliação anterior, portanto, teremos que adaptar o preenchimento.
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A imagem acima contém a diretriz do improviso, isto é, indica como deveremos adaptar os nossos registros. Alguém saberia esclarecer como faremos os registros das recuperações paralelas? Acho que esqueceram deste detalhe - ou teremos que improvisar isso também?
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Por essas e outras, evidenciamos porque estamos numa crise tão séria!

Serviço Público em PE

Não sei qual prestação de serviço público em Pernambuco consegue ser pior, se é na área da Educação ou na Saúde.
Dia 27 de março (2008) precisei acompanhar minha irmã que esteve internada no Hospital da Restauração ficando lá até 02 de abril, a mesma foi vítima de um AVC (derrame cerebral) hemorrágico.
Deprimente o que assisti por lá, o setor de traumatologia é um horror, pessoas em situações de extrema gravidade aguardam atendimento em macas, enquanto os médicos num esforço sobre humano decidem a quem atender primeiro. O número de pacientes é imenso para o pouco quantitativo de profissionais atuantes no hospital. Os corredores viraram enfermarias e estão lotados de macas de um lado à outro, os acompanhantes dormem em cadeiras ou papelões colocados debaixo das macas. A fedentina é insuportável, o cheiro de sangue mistura-se com o de urina e de fezes. Pacientes sem acompanhantes ficam entregues à própria sorte, vi gente com crise consulsiva caindo da maca, pessoas sujas, descobertas, com dificuldades para se locomover, tomar um banho e até se alimentar. Muitas funções do serviço de enfermagem é repassada para os acompanhantes, troca de lençóis de cama (quando há lençol), curativos, limpeza do paciente, ministrar medicamentos prescritos entre outras.
O Setor de Emergência é outro caos, ficamos lado de fora horas a fio sem acesso à informações e ainda somos obrigados a lidar com a indiferença e abuso de alguns profissioniais que atuam na recepção e outros que fazem a segurança do hospital.
Em momento de espera fiquei a pensar no papel do Estado, e na situação em que se encontra a maior parcela da nossa população. Pensei nos investimentos que estão sendo destinados à Copa de 2014, no dinheiro gasto em viagens presidenciais, nas propagandas eleitoreiras, nos altos salários pagos à deputados, senadores e ministros, nas verbas que são desviadas de setores básicos (educação, saúde, habitação etc.) para atender aos caprichos e manter no poder uma classe burguesa que nos controla. Atônitos e impotentes assistimos a este espetáculo de sofrimento e miséria humana. Dói-nos presenciar tal situação e não criar perspectiva alguma de melhoria. Resta-nos o GRITO e o VOTO.

Educação de qualidade e política salarial

Artigo publicado no blog Acerto de Contas debate a educação pública e a atuação da Secretaria de Educação de Pernambuco. Clique aqui e confira.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Prova reprovada!

Neste último domingo (13/abril) foram realizadas as provas do concurso para a contratação de professores efetivos para a rede pública estadual pernambucana. O IAUPE (Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco) encarregou-se da realização do processo seletivo, mas algumas observações críticas podem ser feitas a respeito das provas. Ouvi reclamações de candidatos que afirmavam que as provas foram precariamente elaboradas. A curiosidade me obrigou a conferir. Como minha área de estudo e atuação é História, resolvi examinar a prova que selecionava professores para esta disciplina e devo concordar com as críticas, afinal, a prova foi realmente muito mal elaborada!
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A prova contraria aquilo que temos que empregar em nossa rotina de avaliações visando acompanhar o desempenho dos alunos, pois o concurso contemplou uma perspectiva superada de avaliar a capacidade de memorização de nomes de “personagens” históricos. Além disso, o nível de profundidade das questões merece destaque por sua absurda superficialidade, pois em qualquer vestibular e, sobretudo, no ENEM verificamos uma exigência reflexiva e analítica maior do que aquela que foi exibida em várias questões da prova do concurso para professor. Enfim, é melhor esperar que os nossos futuros colegas não tomem a prova do concurso como exemplo e avaliem seus alunos de maneira mais eficiente do que o IAUPE!

domingo, 13 de abril de 2008

Parabéns!!!!

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Desmistificando certas políticas públicas para a educação

Os governos e seus magos da pedagogia retórica (que é promovida por "educadores" de gabinetes) insistem em determinadas inovações bastante insólitas. Estes agentes se deparam com uma realidade concreta que caracteriza os sistema públicos de ensino e sabem quais são os grandes e evidentes pilares da crise, mas preferem adotar medidas que não atingem os problemas, inventando "soluções" que não abordam a realidade.
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O artigo do deputado Ivan Valente (PSOL/SP) discute bem esta situação. Clique aqui e leia.

sábado, 12 de abril de 2008

Um edital inacreditável!

Desta vez a Secretaria de Educação foi longe demais! Para contratação de mais professores temporários, apelaram para profissionais não habilitados para o exercício do magistério. De acordo com o novo edital para seleção dos mini-contratos, são requiridos até profissionais com formação em engenharia, arquitetura, ciências contábeis, administração, ciência biomédicas e farmácia para a atuação em salas de aula! A remuneração oferecida é de um salário mínimo e o argumento que sustenta este ato insano é a carência de professores habilitados nas áreas de ciências exatas. A questão a ser considerada deveria ser a seguinte: por que faltam professores? Afinal, a resposta é evidente: a remuneração não os atraem!
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Confiram aqui o espantoso edital do vale-tudo da Secretaria de Educação, que está se superando na arte de fazer coisas absurdas! Além do próprio secretário, teremos também professores que não entendem nada sobre educação!

Novo vexame na imprensa nacional!


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(reprodução - Revista Época, ed. 517 / pág. 73)
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A Revsta Época publicou um interessante conjunto de matérias sobre a educação pública em sua mais recente edição. Pernambuco, "para variar", foi destaque negativo. Não foi esquecido o destaque inevitável sobre a questão salarial e nosso estado foi ressaltado como o pior pagador do país.

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Exemplifica a revista: "Ao invés de atrair os talentos, o Brasil os espanta das escolas. Foi o que aconteceu com Adriana Lindaura de Souza Rocha, 2a colocada no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco. Ela largou a licenciatura em Química no primeiro ano depois de conhecer colegas que trabalham em dois turnos e visitar escolas onde falta material de aula. 'Descobri que ser professora é fazer trabalho de militância', afirma. 'Não é a minha.' Adriana passou no vestibular para Direito. Pretende, depois de formada, ser professora universitária.O Estado que perdeu a futura professora é o que pior paga à categoria, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação e o Inep. O salário inicial para professores com ensino superior em Pernambuco é de R$ 599 para 30 horas semanais. Menos de R$ 5 por hora."

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É necessário corrigir a revista, afinal, os valores que recebemos são ainda menores!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

SINTEPE, NOSSO "AMIGO"...

Clique na imagem para ampliar

Para quem não se lembra, havia um personagem da extinta Revista O Cruzeiro chamado " O Amigo da Onça", que fez muito sucesso em um passado recente... Não posso deixar de comparar o Sintepe com essa figura criada pelo cartunista Péricles.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Coisa difícil de acreditar...

"... ao investir em educação, rapidamente os jovens saem da condição de “ameaça ou risco” para uma situação de promissor e gerador de oportunidades".

Esta frase soaria óbvia se não fosse pronunciada por Mendonça Filho, que agora quer "solucionar" os problemas da educação da capital pernambucana. O candidato foi vice-governador e depois assumiu o Executivo estadual e, vale salientar, durante a catastrófica gestão que arruinou a educação Pública de Pernambuco. O restante do palavreado sem credibilidade pode ser conferido neste link.

Diplomacia da mentira

O governador do Maranhão, Jackson Lago, esteve Pernambuco. O secretário de educação o acompanhou numa visita oficial ao Ginásio Pernambucano, exibindo os milagres da educação pernambucana. O governador visitante afirmou que iria copiar aquele modelo de escola em seu estado. A visita, para sorte dos professores maranhenses, não foi no departamento pessoal da Secretaria de Educação, afinal, se o governador resolvesse copiar também os salários pernambucanos, certamente nossos colegas do Maranhão estariam em apuros!
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A propósito, quando tratava de seus feitos e planos grandiosos com o ilustre visitante, será que o secretário também falou do "avanço" que consiste a remuneração de miséria que recebem os educadores por aqui? Ou será que este aspecto é tão insignificante que sequer merece ser lembrado na Secretaria de Educação?

terça-feira, 8 de abril de 2008

Cansei do Sintepe!

“Abandonai toda esperança, vós que aqui entrais”!
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Com a frase acima o gênio literário do italiano Dante Alighieri prenunciava sua descrição sobre o inferno na obra clássica A Divina Comédia. A mesma frase poderia servir de mote para o último congresso do Sintepe. Conforme consta no próprio site do sindicato, as resoluções defendidas pela direção venceram os pleitos do fórum deliberativo e as posturas defendidas pela direção causam desalento. Quem imagina que poderia surgir uma tendência mais enfática, pode decepcionar-se, afinal, não esperem, por nenhuma defesa de alguma política salarial objetiva, pois eis a resumida sentença que anuncia a manutenção da apatia sindical (que consta na resolução da direção):
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“Valorização Profissional: formação inicial e continuada; piso salarial profissional nacional, com base na proposta da CNTE, dando seqüência à mobilização pela regulamentação do artigo 206, VIII, da Constituição Federal (Piso para todos os profissionais) e pela Progressão por merecimento (PCR – Plano de Cargos e Carreira).”
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Como pode ser percebido, nenhuma palavra sobre a adoção que qualquer medida que indique uma mudança de rumos - e não é só isso, as resoluções "Sintepe na luta" (ironia da direção!) são o cúmulo do desleixo. O Sintepe continuará negligenciando o fato de que recebemos a pior remuneração do país e seguirá apenas sua mobilização pelo piso - que não depende dos fatores estritamente estaduais. A categoria continuará à deriva e a direção continuará delirando, fingindo que atua em nossa defesa. A defesa do piso é uma luta primordial, porém, até sua implantação, permanecemos na vergonhosa sarjeta salarial da categoria em todo Brasil. Se isto não é visto como fator emergencial por parte da direção do Sintepe, então, francamente, para que serve nossa “vanguarda sindical”?
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Há quem acredite em fantasmas e há quem acredite na direção do Sintepe. Mesmo sendo um agnóstico, prefiro crer nas almas penadas, pois não deposito a menor fé nos dirigentes de nossa entidade representativa, aliás, não temos representação sindical... o Sintepe, lamentavelmente, é uma mera abstração vazia e caótica que denuncia nossa penúria profissional. Se estamos no fosso, temos um direcionamento sindical que traduz isto perfeitamente.
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Diante disso, sinceramente, não vejo sequer sentido em fazer parte de uma “oposição à direção do Sintepe”, afinal, estarei me opondo ao nada! Não é possível opor-se ao que não existe, logo, é preferível fazer minha atuação cotidiana honesta sem desperdiçar meu tempo e minhas energias me preocupando com uma máquina sindical inoperante. Cansei do Sintepe!
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As causas pelas quais lutar existem, os problemas continuam e não creio que preciso do Sintepe para continuar sendo atuante ou sendo consciente de meu papel social como educador. É hora de superar conceitos, práticas e estruturas viciadas. Minha hora de esquecer o Sintepe chegou! De hoje em diante, nas postagens que poderei fazer neste blog, procurarei não fazer referência ao nosso sindicato abstrato.
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A necessidade de enfrentar a direção sindical continuam firmes, não incentivo a negligência, mas eu não me vejo com a mínima vontade de me preocupar com o Sintepe.

Governado para a imprensa

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Publicada no Diário de Pernambuco desta segunda (7/abril), uma nota ecoa a fantasiosa afirmação da revista Veja segundo a qual a educação é um setor em franco desenvolvimento na atual gestão do governo estadual. Mas, deixando de ladainha, o governo pretende sustentar a ilusão até quando? Os nossos índices permanecem no mesmo patamar lastimável e nada, absolutamente nada, tem sido feito a respeito das condições dos professores, que recebem os piores salários do país! O governo continuará fingindo que isto não acontece e continuará mantendo esta situação, que é um vexame nacional?
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Para quem afirma estar promovendo uma mudança radical na educação, esta questão necessita ser respondida!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ajuda de custo maior que nossos salários

O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) realizará em Pernambuco uma série de cursos visando qualificar tecnicamente a mão-de-obra que poderá ser utilizada no complexo de Suape. A instituição oferecerá ajuda de custo de R$ 600,00 aos futuros cursistas que possuem nível médio (clique aqui e confira). É um boa iniciativa e também é um bom parâmetro para nós, afinal, a ajuda de custo é superior ao nosso salário-base e até ao salário líquido de muitos professores da rede estadual. Eis aí mais uma evidência de que estamos na penúria salarial e que o governo simplesmente não se importa com isso.
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Por falar em salário, será que a direção do Sintepe decidirá, após o congresso da entidade, assumir a adoção de uma campanha salarial ou continuará o mesmo discurso através do qual se esquiva de pressões sobre o governo e prefere mobilizar-se pelo piso que será deliberado lá em Brasília?

sábado, 5 de abril de 2008

Cegueira jornalística

Não é novidade que a revista Veja pratica um jornalismo canhestro, associado ao que há de mais conservador e, porque não dizer, golpista. Não é segredo o fato de que a revista é tucana desde a capa até a última página, mas este veículo de imprensa marrom também é capaz de surpreender.
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Ao tratar do governo de Eduardo Campos, a Veja exagerou sua costumeira prática de distorcer os fatos e considerou que o governador está promovendo um "choque de gestão" (mais um conceito vazio de nossa modernidade política) que possui destaque na área da educação! Segundo a revista, grandes avanços estão ocorrendo na educação em Pernambuco... mas cabe perguntar: o jornalista imbecil que chegou a esta conclusão é capaz de viver com o salário que recebe um professor pernambucano? Se a resposta for negativa, então o dito publicista deveria deixar de escrever asneiras e vendê-las como verdades, afinal, ele não conhece absolutamente nada sobre a situação da educação em Pernambuco!
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Leia aqui a matéria da Veja.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Só pode ser piada (e das ruins)...

Raul Henry só poderia estar zombando de todos nós quando escreveu a seguinte pérola em um artigo publicado no Blog de Jamildo: "Embora minha formação seja na área de Economia, sempre fui um entusiasta da Educação, por entender que, somente através dela, poderemos verdadeiramente transformar a vida de uma população. A minha paixão pelo tema cresceu ainda mais quando tive a oportunidade de ser secretário estadual de Educação, no Governo Jarbas Vasconcelos." (clique aqui e leia o artigo - ou a piada - na íntegra)
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Alguém, por acaso, esqueceu o que significaram para a educação de Pernambuco todo o governo Jarbas Vasconcelos e a catastrófica e incompetente gestão do deputado Raul Henry? Parece que o atual prefeiturável esqueceu!

AS FACES DE EDUARDO


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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Avaliação indefinida!

Já foi anunciado que o processo de avaliação a partir deste ano será realizado através de notas distribuídas em unidades, substituindo o sistema de conceitos empregado até o ano passado. A Secretaria de Educação também divulgou esta minuta (bastante mal redigida, por sinal) contendo os parâmetros e critérios do novo esquema de avaliação. Foi informado que a minuta em questão seria discutida pelos professores e, enfim, definida – após a coleta das propostas – o efetivo parâmetro de avaliações.
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Ocorre, contudo, que as atividades letivas estão sendo realizadas sem que tenhamos ainda uma definição sobre as avaliações. O tempo está passando e as indefinições estão nos atrapalhando a cada dia. A tecnocracia da Secretaria de Educação, para variar, está prejudicando o trabalho dos verdadeiros educadores que, mais uma vez, seguem improvisando para cumprir adequadamente suas atribuições. Não bastassem as invenções de nossos iluminados “técnicos”, que introduziram nos currículos escolares disciplinas outrora trabalhadas como “temas transversais” (e agora lecionadas por professores sem habilitação específica nem treinamento para ensiná-las), temos que viver reféns das medidas descabidas adotadas de forma amadora em plena vigência das atividades letivas.
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Vale ressaltar ainda outro aspecto que os tecnocratas talvez não tenham percebido (ou, se perceberam, não se importaram): as capas dos diários de classe mudaram, mas os seus conteúdos permanecem os mesmos, isto é, permanece a mesmíssima diagramação e os campos para preenchimento que atendiam ao sistema de avaliação por indicadores através de conceitos continuam por lá. Vamos improvisar também o preenchimento dos diários de classe?
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PS.
Em cada diário de classe havia uma folha avulsa contendo uma “mensagem” do secretário de educação. Considerando a imensa quantidade de diários de classe, quanto papel e quantos reais ($$$$$) foram gastos para que pudéssemos receber várias cópias do mesmo texto vazio de nosso secretário? Como tenho 14 turmas, recebi 14 cópias da tal mensagem e isto é um verdadeiro desperdício, concordam?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Enquanto isso no TJPE...

Clique aqui e saiba que querem aumentar a quantidade de cargos comissionados no Tribunal de Justiça de Pernambuco... a Justiça pode ser cega, mas nós pagamos caro para mantê-la de olho em cada vez mais verbas!

SINTEPE FAZ 18 ANOS!

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