segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

LISTACOMPLETA COM OS NOMES DOS NOVOS SECRETÁRIOS DO GOVERNO DE EDUARDO CAMPOS.

LISTA COMPLETA:

Confira os nomes do secretariado de Eduardo Campos


Cidades - Danilo Cabral

Planejamento - Alexandre Rebelo

Educação - Anderson Gomes

Desenvolvimento Econômico - Geraldo Júlio

Desenvolvimento Social e Direitos Humanos - Laura Gomes

Saúde - Antônio Carlos Figueira

Articulação Política - Maurício Rands

Articulação Social e Regional - Sileno Guedes

Fazenda - Paulo Câmara

Casa Civil - Tadeu Alencar

Turismo - Alberto Feitosa

Procuradoria-Geral - Tiago Norões

Agricultura - Ranilson Ramos

Controladoria - Djalmo Leão

Defesa - Wilson Damásio

Administração - Ricardo Dantas

Transportes - Isaltino Nascimento

Criança e Juventude - Raquel Lyra

Cultura - Fernando Duarte

Líder do Governo - Waldemar Borges

Trabalho e Empreendedorismo - Antônio Carlos Aguiar

Imprensa - Evaldo Costa

Mulher - Cristina Buarque

Copa 2014 - Ricardo Leitão.

Esportes - Ana Cavalcanti

Recursos Hídricos - João Bosco

Agência Reguladora - Roldão Joaquim

Ciência e Tecnologia - Marcelino Granja

OS NOVOS SECRETÁRIOS DO GOVERNO EDUARDO CAMPOS.

O governador Eduardo Campos anuncia agora a tarde a composição da equipe de governo para o segundo mandato. Imagem: Aline Moura/DP/D.A Press
O governador Eduardo Campos (PSB) anuncia na tarde desta segunda-feira a composição da equipe de governo para o segundo mandato. Desde a semana passada, o socialista vem conversando com os aliados e com as lideranças dos partidos políticos e, na manhã de hoje, decidiu os nomes.

Conheça alguns nomes que estão na lista de Eduardo:

Fazenda - Paulo Câmara

Casa Civil - Tadeu Alencar

Saúde - Antonio Figueira

Cidades - Danilo Cabral (PSB)

Defesa Social - Wilson Damásio

Desenvolvimento Econômico - Geraldo Júlio

Governo - Maurício Rands (PT)

Turismo - Alberto Feitosa (PR)

Cultura - Fernando Duarte

Planejamento - Anderson Gomes (PCdoB)

Transportes - Isaltino Nascimento (PT)

Portos - Pedro Mendes (PSB)

Controladoria Geral do Estado - Djalmo Leão

Agricultura - Ranilson Ramos

Esportes - Ana Cavalcanti

Articulação Regional e Social - Sileno Guedes

Imprensa - Evaldo Costa

Procuradoria Geral do Estado - Tiago Norões

Infância e Juventude - Raquel Lyra (PSB)

Desenvolvimento Social - Laura Gomes (PSB)

Administração - Ricardo Dantas

Com a nova composição do governo, Eduardo promove mudanças na Assembleia Legislativa e na bancada na Câmara dos Deputados. Na primeira Casa, por exemplo, assumem o mandato os neo-socialistas Sebastião Rufino e Ciro Coelho, além de Isabel Cristina (PT) e Manoel Ferreira.

Na Câmara, devem assumir o mandato Josenildo Sinésio (PT) e Severino Ninho (PSB)

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Ato Público

O Sintepe realizará um ato de protesto no dia 28, às 9h, em frente à Secretaria de Educação (Seduc), na Várzea.

Nos últimos dias o sindicato recebeu diversas reclamações da categoria sobre o fechamento de turmas do Educação para Jovens e Adultos (EJA) e a proibição, em diversos locais, de matrículas dos estudantes no 1° ano do Ensino Médio nas unidades que não integram o Programa Escola Integral.
Por determinação da Secretaria, os alunos estão obrigados a se matricularem no turno da noite. O diretor do Sintepe, Fernando Melo é enfático “O sindicato defende que possamos avançar em escolas de tempo integral para atender a comunidade a partir da construção de mecanismos que privilegiem o diálogo”. Segundo o sindicalista, a opção por escola integral deve ser algo prazeroso e não obrigatório.

O Sintepe ainda condena o citado fechamento de turmas e a proibição de matrículas e diante desses fatos convoca trabalhadores em educação, estudantes, pais, responsáveis e a comunidade em geral para participar ativamente do citado ato.

Na terça-feira (28), no ato de protesto, outros assuntos serão tratados como, por exemplo, manutenção do Travessia e a mudança na grade curricular. O Travessia consiste em atender alunos com defasagem idade-série e a mudança na grade decorre da decisão da Secretaria de Educação em colocar a aula de educação física dentro do turno ao qual o estudante está matriculado.

Interior - Na última segunda-feira 20, aconteceu em Limoeiro, uma reunião com a comunidade escolar na Câmara de Vereadores. Na ocasião, os pais dos alunos decidiram procurar o Conselho Tutelar, Conselho Municipal da Criança e Adolescente e Ministério Público de Pernambuco, com objetivo de escolher a escola dos filhos.

(Fonte: Site Sintepe)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sobre gestão e educação

Por Luiz Horácio
Fonte:

Essa é a visão de um gestor público na Educação. As coisas que o ministro Haddad diz não garantem que a escola brasileira será boa ou má, se será uma boa educadora ou não, mas afirma que pelo menos a parte gerencial será cuidada. Pode parecer suficiente, para a realidade educacional brasileira, mas não é. A Educação decaiu demais desde os anos 50 e 60. Os anos 70 já foram problemáticos, com o tecnicismo que entrou em vigor e com o banimento das disciplinas críticas ligadas às Ciências Humanas. Basta ver o perfil majoritário dessas gerações e os resultados construtivos e os problemas que essa orientação causou. Depois de 80, com o avanço das crises, dos conflitos, da estagnação e das "transições", a coisa piorou bastante. A transição foi para pior. Mesmo as escolas ditas de "excelência" hoje são de qualidade muito questionável, diante das possibilidades que têm a educação hoje e daqui para a frente. A distância é abismal.

Há um cerne educativo, uma razão de ser básica e principal, que nunca é debatida pelos gestores nos escalões superiores. É preciso saber pensar a escola em profundidade, seus conceitos, seus valores, e não apenas conduzi-la ou melhorá-la através de uma gestão racional. A escola deve nascer da discussão profunda e fundamentada sobre a escola, e sempre de forma participativa. A ausência dessa discussão nas últimas décadas é que provocou esse enorme distanciamento entre o que é feito e o que poderia estar sendo feito.

Há a questão fundamental do espaço escolar, a forma como se dispõe, se coloca e opera, em cada comunidade. Quando os estudantes se inserem nesse espaço, que tipos de reflexão, de fruição ou reivindicação podem ou devem passar a ter, nos dias atuais, na forma atualizada? Como é o espaço disponível para cada disciplina, para a inter e a multidisciplinaridade. Qual é a liberdade, a curiosidade, a necessidade de aprender, em cada unidade? Com que apoios pode contar, que atividades pode desenvolver, que interação e que redes podem se efetivar entre as variadas escolas, do mesmo nível escolar ou de níveis diferentes? E nem foi preciso falar em Secretaria da Educação ou Ministério da Educação para dizer tudo isso, pois são questões essencialmente educativas.
Incrível que FHC tenha feito o único pleito a Alckmin sobre a recolocação de Paulo Renato nesse cargo. A gestão dele foi uma das que mais contribuirão para o desmonte e a decadência da escola em SP e talvez no Brasil. O elitismo, o mercantilismo com os materiais, a amarração a diretrizes estreitas e reducionistas dos economistas, esses e outros vícios se aprofundaram com a "fórmula" neoliberal que foi empregada, num país ainda em desenvolvimento e com enorme desigualdade. A impropriedade dessa política pode-se ver nos resultados. Um desastre total! Total! Que irá afetar milhões de famílias, durante décadas. E essa concepção esdrúxula e estapafúrdia de que a educação deve ser um bem de consumo, separando o ensino público, meramente (des) alfabetizador, do privado, garantindo o acesso (duvidoso) apenas ao ensino privado e de concepções mercadistas.

A evolução da educação (será que essa "evolução" é uma coisa boa?) se daria mais nos campos educacionais do que técnicos, mais na filosofia educacional que na gestão de base economicista, e não sei se é um critério adequado. Evolução... Se a gente pensar que a escola começou pra valer na Grécia Clássica, que a academia era o lugar de Platão e Aristóteles e seus alunos, que esses desvendaram o conhecimento e a ilustração para a humanidade, em sua era, querer fazer evoluir a escola é uma coisa complicada, apesar de não ser impossível.

Apesar da visão crítica, acredito que Haddad possa estar no caminho, desde que ouse avançar em toda amplitude de gestão de que a Educação brasileira necessita. É preciso ter uma base racional de gestão e é preciso ter a disposição de um jovem.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Escola pública brasileira é um sucesso. Além do Tietê tem mais do que mato

Fonte:

Vamos supor que o desempenho dos alunos de escolas públicas federais no ENEM valesse para todos os alunos brasileiros.

Só considerar as notas dos alunos de escolas públicas federais, no ENEM, que usa o sistema PISA de verificação de conhecimento, o mesmo dos países da OCDE.

(Só no Brasil o PiG (*) tentou desmoralizar o PISA.)

Se isso fosse feito, o estudante brasileiro teria notas que o colocariam entre os dez melhores estudantes do mundo.

Atenção, amigo navegante, entre os DEZ MELHORES DO MUNDO !

O aluno de escola pública tem um desempenho superior ao do aluno de escola particular.

Os índices brasileiros desabam quando se leva em consideração a nota dos alunos de escolas públicas estaduais e municipais.

Isso é o que se deduz do resultado do último ENEM, que o PiG (*), de novo, tentou detonar.

Clique aqui para ler “por que o PiG é contra o ENEM: é porque o ENEM leva o pobre à universidade”.

Essas informações saíram da entrevista que este ordinário blogueiro fez com o professor de filosofia da USP, Vladimir Safatle.

Essa entrevista vai ao ar nesta terça-feira, às 21h30, na RecordNews.

(Será precedida de entrevista com o professor Fábio Comparato sobre as novas responsabilidades do Brasil, depois que a Corte de Direitos Humanos da OEA condenou de forma inapelável a Lei da Anistia brasileira. Clique para ler o que Comparato escreveu neste ordinário blog sobre essa derrota brasileira, liderada pela brilhante defesa que Sepúlveda Pertence fez da Lei da Anistia).

Safatle escreveu brilhante artigo na Carta Capital desta semana, com o titulo “Paradoxo nativo – fala-se muito no ensino para dar a falsa impressão à maioria dos brasileiros de que os problemas são profundamente complexos” – e não são.

Safatle recomenda persistência e dinheiro.

Persistência e dinheiro para fazer três coisas, simples: valorizar a carreira do professor; avaliação contínua da qualidade por meio de inspetorias; e escola em tempo integral.

Aí, ele se lembra da obra pioneira de Darcy Ribeiro, no Rio, os Brizolões – a melhor experiência que já se fez sobre Educação, no Brasil.

A tese de Safatle também ajuda a condenar de forma enfática a política privatista do Governo do Farol de Alexandria, que teve no Ministério da Educação – depois Ministro da Educação de Padim Pade Cerra – o arquiteto do desmanche da escola pública, Paulo Renato de Souza

A má qualidade da escola pública municipal e estadual deriva, também, de uma filosofa neoliberal, que esvaziou os cofres públicos em nome da “eficiência” e do “choque de gestão”.

Foi o que, nos Estados Unidos, fez Ronald Reagan, que desconstruiu a escola pública americana, aquela que Roosevelt tinha montado.

Reagan seguia a filosofia de um notável pensador republicano: é preciso reduzir o Estado a tal tamanho que seja possível afogá-lo numa banheira.

Souza e FHC quase conseguiram afogá-lo.

FHC, o Príncipe dos Sociólogos, como costuma lembrar Mino Carta, que dele fez irretocável obituário, teve a ousadia de boicotar a inclusão das cadeiras de Filosofia e Sociologia nos currículos das escolas públicas.

Com o argumento de que não tinha professor de Filosofia suficiente.

E sugeriu dissolver a filosofia e a sociologia em outras matérias.

Esse ordinário blogueiro lembrou, por exemplo, que se poderia estudar Filosofia Grega na aula de Ginástica.

É como se o FHC e o Paulo Renato dissessem, nas palavras de Safatle: “além do Tietê só tem mato”.

Para que o Pará precisa estudar Filosofia, pensam os neoliberais da elite branca (e separatista, no caso de São Paulo).

Gilberto Freyre, como se sabe, foi notável sociólogo, porque nasceu na Móoca.

Pois é, amigo navegante, “além do Tietê só tem mato”.

Só que o mato comeu a onça.

Salário em atraso

DIÁRIO DE PERNAMBUCO/ 21 de dezembro de 2010
Cartas à redação (cartas@dpnet.com.br)

Os professores da Educação Integral das escolas ditas de ´Referência` estão com suas gratificações de fevereiro e março em atraso. Passaram o ano inteiro ouvindo dizer que, no mês seguinte, receberiam a remuneração atrasada. No entanto, a folha de pagamento do mês de dezembro foi fechada sem acréscimo do valor devido aos trabalhadores, que terão que encarar mais um golpe aplicado contra a categoria. O pior é que,por conta da repressão e retaliações comuns a quem questiona as mazelas do governo ´socialista`, os professores não denunciam. Está mais que na hora de exigir uma explicação da Seduc que tanto cobra e tanto aterroriza os trabalhadores, inclusive se utilizando do Ministério Público para ameaçar os que deixam de preencher os diários de classe de ´cabo a rabo` como determina esta secretaria, ou melhor, como determina a empresa que agora gerencia a educação em Pernambuco: a Indg (Instituto de Desenvolvimento Gerencial).

Albênia Silva - Camaragibe


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ESTADO GARANTE VANTAGENS EM NOVO BANCO

Os servidores públicos estaduais, os aposentados e pensionistas devem ficar tranquilos quanto à troca da instituição bancária para execução da folha de pagamento do Estado. A Secretaria de Administração (SAD) esclarece que o contrato com o Bradesco garantirá todos os benefícios previstos atualmente para o funcionalismo como, por exemplo, até duas impressões mensais gratuitas do contracheque nos terminais de atendimento eletrônico.

O edital da licitação garantiu que não houvesse regressão em nenhum dos termos do acordo com o banco hoje em vigor. Assim, foram fixadas regras para as novas contas correntes que serão diferenciadas já que possui isenção total na taxa de manutenção. Também está garantida a gratuidade nas cinco primeiras transações de transferências e de saques por recebimento de salário.

Uma atenção especial também foi dada à questão da capilaridade do novo parceiro que deverá ter, no mínimo, a quantidade igual de agências, de Postos de Atendimento Bancário (PAB) e Postos de Atendimento Eletrônico (PAE) que o do parceiro atual. Além de garantir esse número, o Bradesco já anunciou, em audiência com o governador nessa manhã, a abertura de 30 agências no estado (17 na capital e 13 no interior), até o final de janeiro, mês anterior ao início das operações com os servidores do Estado que é fevereiro de 2011.

A Secretaria de Administração está conduzindo o processo de migração entre os bancos para que a transição ocorra de forma tranquila. Para estabelecer os procedimentos relativos à mudança, a SAD criou um grupo de trabalho que está, junto com o Bradesco, formatando todo o processo de migração que obedecerá a um cronograma de atividades, dentre elas, a abertura da conta. Todas essas informações serão devidamente repassadas ao funcionalismo em tempo hábil para que todos se programem e compareçam no local indicado na data estabelecida.

Sinceramente não compreendi o termo " vantagens" utilizado pela SAD.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Escola Integral ou... vai pro Travessia

Um companheiro nosso ao dirigir-se à GRE (Metro Sul) coincidentemente assistiu a uma das reuniões de orientação e lavagem cerebral para os gestores das escolas da rede. No data show a ordem dada era: As unidades que, em sua vizinhança exista Escola de Tempo Integral estão impedidas de abrir vagas para alunos da 1ª série do Ensino Médio. Estes, deverão procurar as (mal) 'ditas' escolas de Referência, caso contrário, deverão encaixar-se no Programa Travessia (Médio). Não há outra opção.
Esta é apenas uma amostra do modelo de 'educação inclusiva' desenvolvida em Pernambuco.
Que interpretação poderemos tirar dessa orientação? Ora, se as escolas estão dando certo porque o apelo? Sem a proibição de matrículas (1º Médio )não haverá formação das turmas previstas nas Integrais para 2011?

Filosofia e Sociologia: Nova lei não criou demanda por graduação

Após o pleno estabelecimento da Filosofia na grade curricular do ensino médio, as escolas públicas têm pela frente um novo desafio: formar um quadro de professores com licenciatura específica para ministrar a disciplina. Atualmente, a grande maioria dos docentes que atuam tem formação em outras áreas, principalmente História e Geografia. “Com a instituição da lei, veio uma demanda muito superior ao número de profissionais disponíveis”, explica Emerson Silveira. “Os professores de outras áreas acabam preenchendo essas lacunas.”

A realidade não é diferente da verificada em outras regiões do País. Para o professor Renato Nunes, coordenador do curso de Filosofia da Universidade de Santa Cruz do Sul, o baixo número de professores formados na rede estadual desqualifica o ensino oferecido e não contribui para que cresça o número de licenciados. “É por causa disso que não tivemos aumento na demanda pela graduação em Filosofia após a instituição da lei”, diz. A Unisc dispõe de graduação há 14 anos e oferece também uma especialização em ensino de Filosofia e Sociologia que encontra dificuldades no fechamento de turmas, em função da pouca procura.

Já a chefe de gabinete da 6ª CRE, Jane Klein, entende que, no caso de professores que atuam fora de suas áreas, cabe aos próprios “buscarem uma boa preparação e subsídios em referenciais para a qualificação do ensino”, e que a situação não desqualifica necessariamente a educação. Os agentes da coordenadoria admitem, porém, que a equipe que assumir o órgão após a transição do governo estadual deverá trabalhar para aumentar o número de professores licenciados.


DETALHE IMPORTANTE:
A Secretaria de Educação de Pernambuco parece ainda não ter tomado ciência da legislação e vem insistindo em não oferecer Sociologia e Filosofia como disciplinas obrigatórias EM TODAS as séries do Ensino Médio - a matriz curricular não nos desmente. Esta situação nos motivou a oferecer uma denúncia ao Ministério Público, que já instaurou procedimento investigativo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Democracia em baixa

A democracia nas escolas estaduais de Pernambuco, anda mesmo em baixa. Como se não bastasse as formas de repressão e de controle exercidos sobre os trabalhadores em educação pelo pseudo-socialista Eduardo Campos, os professores da rede perdem o direito de eleger os gestores das unidades em que lecionam. Isto porque, o governador consolidando seu caráter antidemocrático prorroga mandato de diretores por meio de decreto e coloca interventores onde acha conveniente como fez na Escola Mac Dowell em Camaragibe. Ora, uma vez destituída a direção, não seria a comunidade responsável para escolher e legitimar o novo diretor?
Parece-me que lei só existe para punir trabalhador, o desrespeito anda à solta.
Nas escolas, as atividades à serem realizadas passam primeiramente pelo controle da GRE através de muita burocracia documentada em extensos e odiáveis relatórios, perde-se tempo pedagógico e vai para o espaço a tão propagada autonomia escolar. Penso que, esse órgão que exerce papel fiscalizador, deveria visitar as escolas e produzir relatórios periódicos sobre o índice de indisciplina, a saúde, ou melhor, a falta de saúde dos professores, a estrutura física das escolas e tantas outras coisas que, de forma nociva interferem na aprendizagem. Tal relatório deveria ser concluído com atividades práticas, os profissionais da GRE, experimentariam assistir cinco aulas numa sala quente e superlotada.


domingo, 28 de novembro de 2010

Assembleia elegerá delegado para 31º Congresso da CNTE


Sócios do Sintepe estão convidados a participar da assembleia que

irá eleger delegados para o 31° Congresso Nacional da Confederação

Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A atividade será

realizada no próximo dia 30 de novembro, às 14h, no Centro da

Soledade (atrás da Igreja).

O sindicato lembra que para o sócio participar é necessário a

apresentação do contracheque e um documento com foto. O Congresso

da CNTE será realizado dos dias 13 a 16 de janeiro, em Brasília.

Na ocasião, serão deliberadas as atividades dos trabalhadores em

educação a nível nacional. (Fonte: SINTEPE)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Valorização do servidor?

Para uma categoria de trabalhadores em educação que, luta por melhorias salariais uma vez que, o governo Eduardo Campos nega-se a pagar o Piso Salarial Nacional, que exerce uma rotina dentro de escolas onde as quais não oferecem condições adequadas de trabalho, que teve o Plano de Cargos e Carreiras destruído, que foi tolhida em seu direito de fazer a reposição de aulas (greve 2009)e ainda teve que amargar desconto brutal em seus contra-cheques, que vive fiscalizada e assediada moralmente dentro das unidades em que trabalham, que perdeu o direito de elegerem as direções das escolas em que lecionam, pois o governo prorroga mandato e, mantém as direções através de decreto, saber que, o governador considera a antecipação do 13º salário como "uma contribuição para valorizar o servidor público" chega a soar como um deboche. E por falar em perda de direitos, por onde andam os deputados Fernando Nascimento, Tereza Leitão, Paulo Rubens e outros que, dizem defender os trabalhadores e que tanto utilizam o Sintepe como palanque promocionam?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Programa Estadual de Saúde Vocal do Professor da Rede Estadual de Ensino

Aqui segue o depoimento da fonoaudióloga Dra. Maria das Graças Duarte, criadora do site Voz Saudável, que versa sobre a luta por um ambiente de trabalho mais adequado para os docentes da rede pública de Pernambuco:

"Concordo que as condições físicas das escolas têm estreita relação na voz do professor, mas o que acredito que seja fundamental para essa e outras mudanças é a reivindicação da aplicação da lei 12046 por parte dos docentes, que dispõe sobre a criação do Programa Estadual de Saúde Vocal do Professor da Rede Estadual de Ensino. Essa lei contempla não somente a melhoria do espaço físico das escolas , mas dos recursos audiovisuais, disponibilidade de bebedouros, capacitações semestrais com fonoaudiólogos especialista em voz, dentre outros itens. Esta e outras leis relacionadas à Saúde Vocal, irei postar no site Voz Saudável, pois a minha intenção é que seja um espaço para vocês professores e fonoaudiólogos, de discussão e de construção de conhecimento relacionado à saúde vocal, almejando consequentemente melhor qualidade de vida para sua categoria. Por isso, solicito sugestões para conteúdo do site a todos que tenham interesse nessa temática."

Reunião aconteceu com o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Assessoria de Comunicação do Palácio

Liberação de R$ 100 milhões para melhoria em escolas da rede estadual. Este foi o resultado da reunião realizada na tarde da terça-feira (23), em Brasília, entre o governador Eduardo Campos e o ministro da Educação, Fernando Haddad. A primeira parcela dos recursos pleiteados – quase R$ oito milhões – foi depositada na conta do Governo de Pernambuco ainda durante a audiência.

A maior parcela dos recursos – R$ 60 milhões – será destinada à construção de 11 escolas técnicas, sendo três no Sertão (Carnaíba, São José do Egito e Araripina), cinco no Agreste, beneficiando Lajedo, Bonito, Bezerros, Gravatá e Santa Cruz do Capibaribe e três na Região Metropolitana – Camaragibe, Olinda e Igarassu.

As novas escolas técnicas estão com seus processos licitatórios em fase de conclusão e deverão ter as obras iniciadas na primeira semana de dezembro. “Com esses recursos, ficaremos em condições de colocar essas escolas em funcionamento até o final do ano que vem, garantindo mais 11 mil matrículas em cursos técnicos no Estado”, explicou Eduardo a Haddad.

Os recursos estão sendo disponibilizados por intermédio de cinco convênios mantidos pelo Estado e pela União através do MEC. Fernando Haddad garantiu a liberação até a primeira quinzena de dezembro. “O programa de ensino técnico de Pernambuco é muito importante para nós e temos todo o interesse em fazê-lo andar muito rapidamente”, acrescentou.

Durante o encontro, que teve a participação de diretores do Ministério e do secretário estadual de Educação, Nilton Mota, Eduardo Campos foi informado pelo ministro sobre a liberação de 7.927.000,00 referentes à segunda parcela do convenio 657679/2009, para reforma e ampliação de 26 escolas de referência. O montante já foi depositado na conta do Estado.

O governador aproveitou o encontrou para solicitar ao Ministério autorização para utilizar R$ 5 milhões de saldo do convênio 70086/2008, destinado à reforma e ampliação de 57 escolas de referência. “Economizamos esses recursos fazendo bons processos licitatórios e administrando bem as obras. Com isso, pretendemos utilizar esse saldo para construir ou ampliar 15 quadras poliesportivas em escolas da rede”, disse.

O ministro determinou imediatamente à sua equipe que tomasse as providências para conceder a autorização formal. “Além de justo, trata-se de um exemplo que precisamos valorizar”, frisou.

Por fim, Eduardo pediu a Fernando Haddad que seja iniciado o processo de contratação de um novo financiamento: R$ 27 milhões para a construção de 19 escolas, sendo 13 escolas do campo e seis escolas urbanas. Os municípios beneficiados com escolas rurais serão Afrânio, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Santa Filomena, Paudalho (distrito de Guadalajara), Tacaratu (2), Floresta (2), São José do Belmonte, Serra Talhada, Gameleira, Parnamirim (distrito de Jacaré).

Já as escolas urbanas serão construídas em Petrolina (2), Santa Filomena, Santa Cruz do Capibaribe, Paranatama e Santa Cruz da Baixa Verde. O Ministro se comprometeu a formalizar o convênio antes do final do exercício financeiro do Governo Federal.

domingo, 21 de novembro de 2010

A poderosa direção da Fundarpe

Trechos da entrevista com Luciana Azevedo, (presidente da Fundarpe) que responde a um processo no TCE por desvio de verbas. (Diário de Pernambuco Viver E4 (21/11/2010).

DP: Qual vai ser o foco dos próximos quatro anos?

Luciana: Estamos discutindo a criação de cursos técnicos de cinema de animação em todas as 12 escolas técnicas que o governo vai ter até o fim da gestão.

DP: A senhora continua na presidência da Fundarpe? Vai haver mudanças no órgão?

Luciana: Não, vai nada. Quem vai tirar a gente? Ninguém tira, não...(risos)

Além da acusação de desvios de verbas, a Fundarpe deve cachês a 350 artistas e produtores que trabalharam em 2009 e 2010, o valor do débito é de R$ 3.258.700,32. Indagada sobre o não pagamento das remunerações aos artistas, a presidente alegou que, a maioria deles vivem na informalidade, assim, não possuem a documentação necessária e exigida pelo órgão para poder liberar a verba. Porém, há denúncias de empresas fantasmas contempladas com verba 'gorducha'.
Ora, porque a documentação não é cobrada previamente?
Existindo à 26 anos a Fundarpe nunca realizou concurso público.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

FEDENTINA EM ESCOLA

A Escola estadual Barros Carvalho, localizada no Bairro do Cordeiro, está passando por maus momentos. Professores, alunos e funcionários vivem a sentir uma fedentina que tomou conta de quase toda a escola. Isto ocorre porque bem próximo a escola, existe uma criação de porcos. É humanamente impossível conviver com o fedor que vem se alastrando dentro da escola. Fica difícil para os alunos permanecerem em sala de aula, pois não suportam respirar o ar fético que exala na atmosfera, como também se torna difícil para o professor trabalhar nessas condições. Também quero salientar, que a cantina da escola também foi tomada por essa "inhaca", dificultando bastante a permanência das meredeiras no ambiente de trabalho.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Alvorada voraz

Na virada do século, alvorada voraz
Nos aguardam exércitos, que nos guardam da paz.
Que paz!

A face do mal, um grito de horror
Um fato normal, um êxtase de dor
Medo de tudo, medo do nada
Medo da vida, assim engatilhada !

Fardas e forças, forjam as armações
Farsas e jogos, armas de fogo
Um corte exposto, em seu rosto amor
E eu, nesse mundo assim, vendo esse filme passar,
Assistindo ao fim, vendo meu tempo passar...

Apolípticamente, como um clip de ação
Um clic seco um revólver, aponta em meu coração
O caso Sudan, Maluf, Lalau , Barbalho Sarney,
E quem paga o Jornal? É a propaganda
Porque nesse pais, é o dinheiro quem manda

Juram que não corrompem ninguém,
Agem assim, pro seu próprio bem
São tão legais, foras da lei, pensam que sabem de tudo
O que eu não sei, eu sei...

Nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo o meu tempo passar...
(Luiz Schiavon, Paulo Ricardo e Paulo Pagni)


Gravada na década de 80 a música é ainda muito recente. Na versão atual caberia os escândalos do Mensalão, O caso da Abin, dos Sanguessugas,dos Correios, Operação Anaconda, O escândalo dos Bingos, Dólares na Cueca, Brasil Telecom, Cartões corporativos, Caso do caseiro Francenildo, da Erenice...e o caso Sílvio Santos mais recentemente. E todos esqueceram de tudo e, votaram pela continuidade do "novo"(?) projeto político para o Brasil.
Vivenciaremos belos contos de fadas à estilo europeu. No país das maravilhas, do carnaval, das mulatas peladas, do futebol, do fome ZERO, das bolsas-esmolas, das frentes de trabalho no sofrido sertão nordestino, da intolerância religiosa, do preconceito, do racismo... caminharemos acreditando que a "nova redentora" nos salvará da escravidão. E, de sobra, ainda teremos a Copa de 2014 para anestesia e abestalhamento geral da nação.

domingo, 14 de novembro de 2010

Informe

SERVIDOR -
Bradesco ganha conta do Estado

GABRIELA LÓPEZ
Com lance final de R$ 700 milhões, o Banco Bradesco venceu, ontem, a licitação de contrato para executar, nos próximos cinco anos, de for ma exclusiva, o pagamento salarial dos 220 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas do Estado. O valor é 15% superior à quantia mínima fixada pelo edital, R$ 610 milhões. O banco deve fazer o pagamento do contrato de licitação em uma única parcela no prazo máximo de 15 dias após a assinatura do contrato e passa a operar o pagamento dos servidores a partir de fevereiro do próximo ano. A folha de pagamento do Estado é de R$ 480 milhões mensais. Durante quatro anos, o responsável pela tarefa foi o Banco Santander. O secretário executivo da Secretaria de Administração estadual, Flávio Figueiredo, afirmou que “na elaboração do edital, tivemos o cuidado de preservar a qualidade do serviço, como a capacidade operacional do banco de fazer o pagamento mensal em três dias”. Além disso, o Bradesco terá que oferecer, no mínimo, o mesmo número de caixas eletrônicos do Santander e nos locais onde estão dispostos hoje. Outra obrigação é disponibilizar a impressão do contracheque nos terminais de atendimento eletrônico, sendo duas impressões gratuitas por mês. Se as regras não forem cumpridas, o edital prevê penalidades, como multas e rescisão do contrato. De acordo com Figueiredo, as maiores penas são para atraso de pagamentos. “A partir da próxima terça-feira, começaremos a pensar na divulgação da mudança e dos procedimentos de migração”, completou. A instituição financeira terá um ano para se enquadrar nas obrigações do contrato. De acordo com o diretor do Bradesco, Renan Carmo, será necessário construir 13 agências, sendo 12 no Interior e uma em Fernando de Noronha. “Já temos presença em todos os municípios do Estado. As cidades que não contam com agências têm correspondentes bancários ou banco postal. Além disso, temos um software desenvolvido para pagamento de funcionários”. Ele disse, ainda, que o Bradesco é responsável pelo pagamento de 1,3 milhão de servidores no Brasil. Em Pernambuco, são 35 mil de 46 prefeituras e do Tribunal Regional do Trabalho.
Em nota, o Santander afirmou que Pernambuco ainda é “uma praça extremamente estratégia para a instituição”. “O Santander continuará apoiando a economia e a população pernambucana por meio da oferta de crédito, da assessoria financeira e da promoção da cultura local por meio do Santander Cultural”, finalizou o diretor executivo do Santander, Pedro Coutinho.


sábado, 13 de novembro de 2010

Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo

por Conceição Lemes
Fonte: http://bit.ly/a7AaIe

Desde o último final de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ministério da Educação (MEC) estão sob bombardeio midiático.

Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões submeteram-se às provas. O exame foi aplicado em 1.698 cidades, 11.646 locais e 128.200 salas. Foram impressos 5 milhões de provas para o sábado e outros 5 milhões para o domingo. Ou seja, o total de inscritos mais de 10% de reserva técnica.

No teste do sábado, ocorreram dois erros distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200.

O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem.

“Nenhum aluno será prejudicado. Aqueles que tiveram problemas poderão fazer a prova em outra data”, tem garantido desde o início o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Isso é possível porque o Enem aplica a teoria da resposta ao item (TRI), que permite que exames feitos em ocasiões diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade.”

Interesses poderosos, porém, amplificaram ENORMEMENTE os erros para destruir a credibilidade do Enem. Afinal, a nota no exame é um dos componentes utilizados em várias universidades públicas do país para aprovação de candidatos, além de servir de avaliação parabolsa do PRO-UNI.

“Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. “Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!”

Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe o SAT (standart admissions test), que é muito parecido com o Enem. Tem três filhos. Os três já passaram pelo Enem americano.

Viomundo — De um total de 3,4 milhões de provas aplicadas no sábado, houve problema incontornável em menos de 2 mil. Tem sentido detonar o Enem, como a mídia brasileira tem feito? E dizer que o Enem fracassou, como um ex-ministro da Educação anda alardeando?

Miguel Nicolelis — Sinceramente, de jeito algum — nem um nem outro. O Enem é equivalente ao SAT, dos Estados Unidos. A metodologia usada nas provas é a mesma: a teoria de resposta ao item, ou TRI, que é uma tecnologia de fazer exames. O SAT foi criado em 1901. Curiosamente, em outubro de 2005, entre as milhões de provas impressas, algumas tinham problema na barra de códigos onde o teste vai ser lido. A entidade que faz o exame não conseguiu controlar, porque esses erros podem acontecer.

Viomundo — A Universidade de Duke utiliza o SAT?

Miguel Nicolelis — Não só a Duke, mas todas as grandes universidades americanas reconhecem o SAT. É quase um consenso nos Estados Unidos. Apenas uma minoria é contra. E o Enem, insisto, é uma adaptação do SAT, que é uma das melhores maneiras de avaliação de conhecimento do mundo. O teste é a melhor forma de avaliar uniformemente alunos submetidos a diferentes metodologias de ensino. É a saída para homogeneizar a avaliação de estudantes provenientes de um sistema federativo de educação, como o americano e o brasileiro, onde os graus de informação, os métodos, as formas como se dão, são diferentes.

Viomundo — Qual a periodicidade do SAT?

Miguel Nicolelis – Aqui, o exame é aplicado sete vezes por ano. O aluno, se quiser, pode fazer três, quatro, cinco, até sete, desde que, claro, pague as provas. No final, apenas a melhor é computada. Vários estudos feitos aqui já demonstraram que o SAT é altamente correlacionado à capacidade mental geral da pessoa.

Todo ano as provas têm uma parte experimental. São questões que não contam nota para a prova. Servem apenas para testar o grau de dificuldade. Outro peculiaridade do sistema americano é a forma de corrigir a prova. É desencorajado o chute.

Viomundo — Explique melhor.

Miguel Nicolelis — Resposta errada perde ponto, resposta em branco, não. Por isso, o aluno pensa muito antes de chutar, pois a probabilidade de ele errar é grande. Então se ele não sabe é preferível não responder do que correr o risco de responder errado.

Viomundo – Interessante …

Miguel Nicolelis – Na verdade, o SAT é maneira mais honesta, mais democrática de avaliar pessoas de lugares diferentes, com sistemas educacionais diferentes, para tentar padronizar o ingresso. Aqui, nos EUA, a molecada faz o exame e manda para as faculdades que querem frequentar. E as escolas decidem quem entra, quem não entra. O SAT é um dos componentes para essa avaliação.

Viomundo — Aí tem cursinho para entrar na faculdade?

Miguel Nicolelis — Tem para as pessoas aprenderem a fazer o exame, mas não é aquela loucura da minha época. Era cheio de cursinho para todo lugar no Brasil. Cursinho é uma máquina de fazer dinheiro. Não serve para nada a não ser para fazer o exame. Por isso ouso dizer: só os donos de cursinho e aqueles que não querem democratizar o acesso à universidade podem ter algo contra o Enem.

Viomundo –Mas o fato de a prova ter erros é ruim.

Miguel Nicolelis — Concordo. Mas os erros vão acontecer. Em 1978, quando fiz a Fuvest (vestibular unificado no Estado de São Paulo), teve pergunta eliminada, pois não tinha resposta. Isso acontece desde o tempo em que havia exame para admissão [ao primeiro ginasial, atualmente 5ª série do ensino fundamental) na época das cavernas (risos). Você não tem exame 100% correto o tempo inteiro.

Então, algumas pessoas estão confundindo uma metodologia bem estudada, bastante conhecida e aceita há décadas, com problemas operacionais que acontecem em qualquer processo de impressão de milhões de documentos. Na dimensão em que aconteceram no Brasil está dentro das probabilidade de fatalidades.

Viomundo -- Em 2009, também houve problema, lembra-se?

Miguel Nicolelis -- No ano passado foi um furto, foi um crime. O MEC não pode ser condenado por causa de um assalto, que é uma contigência e nada tem a ver com a metodologia do teste.

Só que, infelizmente, gerou problemas operacionais para algumas universidades, que não consideraram a nota do Enem nos seus vestibulares. Isso não quer dizer que elas não entendam ou nãoaceitam o teste. As provas do Enem são muito mais democráticas, mais racionais e mais bem-feitas do que os vestibulares de qualquer universidade brasileira.

Eu fiz a Fuvest. Naquela época, era muito ruim. Não media nada. E, ainda assim, a gente teve de se sujeitar àquilo, para entrar na faculdade a qualquer custo.

Viomundo -- Fez cursinho?

Miguel Nicolelis -- Não. Eu tive o privilégio de estudar numa escola privada boa. Mas muitas pessoas que não tinham educação de alto nível eram obrigadas a recorrer ao cursinho para competir em condições de igualdade.

Mas o cursinho não melhora o aprendizado de ninguém. Cursinho é uma técnica de aprender a maximizar a feitura do exame. É quase um efeito colateral do sistema educacional absurdo que até recentemente tínhamos no Brasil. É um arremedo. É um aborto do sistema educacional que não funciona.

Viomundo -- Qual a sua avaliação do Enem?

Miguel Nicolelis -- É um avanço tremendo, porque a longo prazo a repetição do Enem várias vezes por ano vai acabar com o estresse do vestibular. Você retira o estresse do vestibular. Na minha época, e isso acontece muito ainda hoje, o jovem passava os três anos esperando aquele "monstro". De tal sorte, o vestibular transformava o colegial numa câmara de tortura. Uma pressão insuportável. Um inferno tanto para os meninos e meninas quanto para as famílias. Além disso, um sistema humilhante, porque as pessoas que não podiam frequentar um colégio privado de alto nível sofriam com o complexo de não poder competir em pé de igualdade. Por isso os cursinhos floresceram e fizeram a riqueza de tanta gente, que agora está metendo o pau no Enem. Evidentemente vários interesses estão sendo contrariados devido ao êxito do Enem.

Viomundo -- Tem muita gente pixando, mesmo.

Miguel Nicolelis -- Todo esse pessoal que pixa acha que sabe do que está falando. Só que não sabe de nada. Exame educacional não é jogo de futebol. Tem metodologia, dados, história. E olha que eu adoro futebol. Sempre que estou no Brasil, vou ao estádio para assistir ao jogos do Palmeiras [Ninguém é perfeito (rs)!] O Brasil fez muito bem em entrar no Enem. É o único jeito de acabar com esse escárnio, com essa ferida que é o vestibular .

Viomundo — Nos EUA, não há vestibular para a universidade. O senhor acha que o Brasil seguirá essa tendência?

Miguel Nicolelis -- Acho que sim. O importante é o seguinte. O Brasil está tentando iniciar esse processo. Quando você inicia um processo dessa magnitude, com milhões fazendo exame, é normal ter problemas operacionais de percurso, problemas operacionais. Isso faz parte do processo.

Nós estamos caminhando para o Enem ser a moeda de troca da inclusão educacional. As crianças vão aprender que não é porque elas fazem cursinho famoso da Avenida Paulista que elas vão ter mais chance de entrar na universidade. Elas vão entrar na universidade pelo que elas acumularam de conhecimento ao longo da vida acadêmica delas. Elas vão poder demonstrar esse conhecimento sem estresse, sem medo, sem complexo de inferioridade. De uma maneira democrática.E, num futuro próximo, tanto as crianças de escolas privadas quanto as de escolas públicas vão começar a entrar nesse jogo em pé de igualdade. Aí, sim vai virar jogo de futebol.

Futebol é uma das poucas coisas no Brasil em que o mérito é implacável. Joga quem sabe jogar. Perna de pau não joga. Não tem espaço. O talento se impõe instantantaneamente.

Educação tem de ser a mesma coisa. O talento e a capacidade têm de aflorar naturalmente e todas as pessoas têm de ter a chance de sentar na prova com as mesmas possibilidades.